Após polémica, Vaticano retira selo da JMJ de circulação

A edição comemorativa foi emitida na terça-feira, tendo sido alvo de duras críticas, entre elas acusações de racismo, colonialismo e referências ao Estado Novo.

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Notícias ao Minuto com Lusa
17/05/2023 18:16 ‧ 17/05/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

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JMJ2023

O selo comemorativo da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJ) foi, esta quarta-feira, retirado de circulação, após a onda de críticas que assolou as redes sociais e que associaram a imagem ao colonialismo, racismo e ao regime do Estado Novo.

Esta edição, que foi emitida na terça-feira, deverá ser destruída, segundo avançou o jornal 7MARGENS. O mesmo meio adiantou ter solicitado a uma pessoa no Vaticano que comprasse o selo, que viu a venda negada.

"No posto de correios oficial da Praça de São Pedro, o empregado que atendeu disse que era impossível fazer a venda, por ordens superiores, pois o mesmo iria ser retirado", lê-se.

O jornal revelou ainda ter contactado os responsáveis do Serviço de Correios e Filatelia do Vaticano, procurando "saber se o autor do desenho, Stefano Morri, e os responsáveis do Serviço Filatélico do Vaticano estavam conscientes do significado ideológico do Padrão dos Descobrimentos e da estética usada na concepção do selo, em tudo idêntica à propalada pelo Estado Novo, como o próprio bispo e historiador Carlos Azevedo referiu".

Apesar do leque de críticas,  a organização da Jornada Mundial da Juventude esclareceu, na terça-feira, que o selo comemorativo apresentado pelo Vaticano visava apenas "promover" o encontro de jovens com o Papa, afastando leituras que o identificassem com o Estado Novo ou o colonialismo português.

"O selo foi feito por um ilustrador italiano, Stefano Morri, que tem trabalhado muitas vezes com os serviços de numismática do Vaticano" e cuja leitura para a ilustração do selo é "uma imagem do Papa num monumento de Lisboa, simbolizando, numa espécie de alegoria, a barca de S. Pedro e o Papa conduzindo os jovens e a Igreja para uma nova época", explicou a porta-voz da Fundação, Rosa Pedroso Lima.

O selo em causa tinha um valor facial de 3,10 euros e uma tiragem de 45 mil unidades.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto deste ano, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

Leia Também: Selo do Vaticano para a JMJ causa polémica. "Único ajoelhado é negro"

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