Desde o palácio de São Bento, acompanhado pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), o primeiro-ministro realçou que Portugal, como membro fundador, "mantém-se fiel aos compromissos que assumiu", agradecendo a visita de Jens Stoltenberg a Lisboa na preparação da próxima cimeira de Vilnius, em julho.
Cimeira esta onde os membros da aliança poderão "reforçar a unidade" da mesma, "na defesa dos valores da paz, liberdade e democracia, num contexto onde a prioridade é apoiar a Ucrânia para que a Rússia não ganhe esta guerra e se abra caminho para uma paz justa e duradoura, que respeite o direito internacional, o direito à integridade territorial e o direito à independência por parte da Ucrânia.
Aos jornalistas, António Costa disse que "ainda há pouco tempo, alguns chefes de Estado julgavam que a NATO se podia vir a enfraquecer" e "alguns diagnosticaram precocemente a sua morte cerebral". "A verdade é que a primeira grande derrota do presidente [Vladimir] Putin foi mesmo a revitalização da NATO, o reforço da aliança transatlântica entre os países europeus, o Reino Unido e os EUA, e o fortalecimento, com o pedido de adesão de dois países tradicionalmente neutros, como a Suécia e a Finlândia", continuou.
Trata-se de "um claro reforço" desta "grande aliança defensiva", construída "em torno de valores de democracia e liberdade", que Portugal, promete, continuará "a trabalhar para reforçar".
O primeiro-ministro português realçou que Portugal e a NATO tiveram, ao longo dos últimos anos, "a possibilidade de ter um relacionamento muito próximo e muito efetivo, trabalhando para o fortalecimento da NATO como uma aliança defensiva e numa visão de 360 graus para as diferentes ameaças que se colocam" à segurança dos seus elementos.
Em resposta, Jens Stoltenberg agradeceu a Portugal pelas contribuições no apoio da NATO à Ucrânia, apelando: "Temos de manter o nosso apoio, tanto agora como a longo prazo, para que a Ucrânia prevaleça como um Estado soberano e independente na Europa. Em julho, a nossa cimeira enviará um forte sinal de apoio."
Jens Stoltenberg espera que os aliados cheguem a acordo sobre um Programa Estratégico de Assistência Plurianual para "permitir que a Ucrânia faça a transição da era soviética para as doutrinas, equipamentos e treinamento da NATO e alcance a interoperabilidade com os aliados da NATO".
O secretário-geral da NATO alertou ainda para as "ações desestabilizadoras" da Rússia no continente africano, onde disse contar com o trabalho de parceiros "como a Tunísia, a Mauritânia e a Jordânia". Assunto este que deverá ainda ser discutido na cimeira de 11 e 12 de julho, em Vilnius, na Lituânia.
A Rússia iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, espoletando um conflito armado que, segundo a ONU, já resultou na morte de mais de 8.800 civis.
[Notícia atualizada às 18h56]
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