Marcelo Rebelo de Sousa chegará na tarde de segunda-feira à Cidade do Cabo, o primeiro ponto das comemorações do 10 de Junho junto dos portugueses e lusodescendentes residentes na África do Sul, que desta vez irão começar no estrangeiro, cinco dias antes da data oficial.
Na terça, o chefe de Estado será recebido em Pretória pelo Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, num dia de visita oficial, qualificada como de Estado pelas autoridades sul-africanas.
O primeiro-ministro, António Costa, deverá juntar-se ao Presidente da República na quarta-feira, para assinalar em Joanesburgo e em Pretória o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, vindo de Angola.
De acordo com a Presidência da República, a comitiva desta deslocação à África do Sul inclui o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, e o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.
Os deputados do Carlos Pereira, do PS, António Maló de Abreu, do PSD, Rui Paulo Sousa, do Chega, Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, e João Dias, do PCP, também fazem parte da comitiva, assim como a comissão organizadora do 10 de Junho, presidida pelo enólogo João Nicolau de Almeida.
Na África do Sul estarão ainda o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general José Nunes da Fonseca, e o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo.
As celebrações do Dia de Portugal em território sul-africano estiveram previstas para 2020, em conjunto com a Madeira, de onde são originários muitos dos portugueses e lusodescendentes residentes na África do Sul, mas foram adiadas devido à pandemia de covid-19.
Realizam-se entretanto na Madeira, em 2021, mas sem incluir a África do Sul, e em 2022 o 10 de Junho foi celebrado em Braga e Londres.
Este período de três anos de espera motivou algumas queixas e lamentos por parte de elementos da expressiva comunidade emigrante portuguesa na África do Sul.
Nos últimos anos, as inscrições consulares de portugueses na África do Sul têm sido em redor de cem mil, de acordo com o Observatório da Emigração. Quanto ao número total de população portuguesa residente neste país, há estimativas díspares, que variam entre 200 mil e 450 mil, incluindo lusodescendentes.
Grande parte desta população emigrante tem origem madeirense. Muitos portugueses foram das antigas colónias de Angola e Moçambique para a África do Sul.
A última vez que um Presidente português esteve na África do Sul foi há dez anos, em dezembro de 2013, quando Aníbal Cavaco Silva se deslocou a Joanesburgo para as cerimónias fúnebres do líder histórico anti-apartheid e primeiro Presidente negro do país, Nelson Mandela.
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