Agressões a professores "são sintoma de incapacidade do Ministério"
A Fenprof defendeu "a tomada de medidas urgentes que vão muito para além de meras ações de sensibilização ou de folhetos de esclarecimento sobre o papel social da escola ou contra a indisciplina e a violência em contexto escolar".
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País FENPROF
Em reação às agressões levadas a cabo por um aluno de 16 anos contra um professor numa escola do concelho de Felgueiras, que resultaram em ferimentos graves, esta segunda-feira, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acusou que estas situações se devem à "incapacidade do Ministério da Educação para pôr fim" a estes casos de violência.
"Em dois meses, duas agressões extremamente violentas a professores (em Baião e Felgueiras), agravadas pelo facto de ocorrerem dentro das paredes da escola, são sintoma de incapacidade do Ministério da Educação para pôr fim a estas situações", apontou a entidade, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
O organismo adiantou também que a violência em contexto escolar, "entre alunos ou destes com professores e outros trabalhadores das escolas, não ocorrem ao acaso", mas são "resultado de um contexto de crescentes dificuldades sociais nas famílias, de impunidade perante o desrespeito das mais elementares regras de convivência cívica e de enfraquecimento do papel da escola".
"Uma situação que resulta, também, de uma enorme falta de autonomia no exercício da profissão, de tentativas de branqueamento dos atos violentos por parte de muitas direções das escolas e da desvalorização a que a profissão está sujeita por continuadas opções políticas de sucessivos governos. Mais um motivo a somar aos já imensos que lhe retiram atratividade", complementou ainda.
Nessa linha, a Fenprof defendeu "a tomada de medidas urgentes que vão muito para além de meras ações de sensibilização ou de folhetos de esclarecimento sobre o papel social da escola ou contra a indisciplina e a violência em contexto escolar", dando como exemplo "o efetivo diálogo social envolvendo a comunidade educativa, em geral, para fazer face à indisciplina e violência escolares", além de "a abertura de processos negociais transparentes, sérios e consequentes no combate a estas situações que ensombram a Educação em Portugal".
A entidade indicou defender também "as inadiáveis valorizações da função social dos professores e da sua condição profissional, dimensões fundamentais para a consciencialização da importância da Escola e da Educação na sociedade".
De notar que as agressões ocorreram na Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Lagares, em Felgueiras, tendo um aluno de 16 anos "já com antecedentes de violência e elevada agressividade" atingido um professo com um ferro, na cabeça, depois o docente "ter tentado impedir um comportamento incorreto do jovem para com um colega com necessidades educativas especiais e de ter repreendido o autor deste ato de violência".
O professor foi assistido no local pelo INEM e foi transportado para o hospital de Penafiel, devido a escoriações graves numa perna e na cabeça.
A Guarda Nacional Republicana foi chamada ao local e identificou o jovem, conforme avançou o Notícias ao Minuto, ao início da tarde.
Os factos foram comunicados ao Ministério Público.
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