Após saber-se que os Estados Unidos da América teriam informação sobre a rebelião das forças paramilitares Wagner, Portugal assegura que não recebeu esses dados.
"Nós não tínhamos nenhuma informação antecipada", garantiu João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, questionado pelos jornalistas em Paris, acrescentando que "aquilo que se passa na Rússia é fruto de decisões mal pensadas e ilegais tomadas pelo Presidente Putin".
O ministro esteve na capital francesa para um encontro de alto nível com as autoridades francesas, com o primeiro-ministro, António Costa, a encontrar-se com a sua homóloga, Elisabeth Borne, no Palácio de Matignon.
Também em Paris, no mesmo dia, esteve Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO para um encontro com Emmanuel Macron. Sobre a permanência de Stoltenberg à frente da NATO, o ministro indicou que os próximos dias serão decisivos.
"O secretário-geral Stoltenberg tem feito um trabalho muitíssimo importante num quadro extremamente difícil, haverá um momento em que haverá uma sucessão, ainda não chegámos a esse momento, vamos ver nos próximos dias se será possível substituí-lo ou se isso acontecerá só em 2024", indicou.
Quanto a outro tema pendente para a Cimeira da NATO, que vai decorrer entre 11 e 12 de julho, em Vilnius, a entrada da Suécia que continua a ser bloqueada pela Turquia, o ministro português disse que agora que já passaram as eleições turcas "pode ser possível avançar".
"Estamos todos apostados em explicar porque é que isso é importante. Ainda não ouvimos de forma muito clara aquilo que é a abordagem do novo Governo turco. Mesmo com o mesmo Presidente, é o período pós-eleitoral. O período pré-eleitoral nunca é propício a novas atitudes ou tomadas de decisão difíceis. Mas eu creio que agora que as eleições já pertencem ao passado, deve ser possível avançar no sentido da integração da Suécia na NATO", concluiu.
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