"Honra", "alegria" e "juventude". As reações à nomeação de Américo Aguiar
O bispo auxiliar de Lisboa foi nomeado pelo Papa Francisco no domingo e será criado cardeal a 30 de setembro. Foi também anunciado que o bispo auxiliar de Lisboa irá visitar a Ucrânia.
© Getty Images
País Igreja Católica
A nomeação de Américo Aguiar para cardeal foi anunciada no domingo e foi rapidamente elogiada pelos principais órgãos do Estado, pelo centro político e pela Igreja Católica, que se regozijou com a notícia e com o "reconhecimento do trabalho" do bispo auxiliar de Lisboa, e presidente da Fundação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
O Presidente da República e o primeiro-ministro foram dos primeiros a comentar o anúncio. Marcelo Rebelo de Sousa, católico convicto e um grande defensor do papel da igreja na sociedade, vincou o seu "profundo júbilo" com a nomeação de Américo Aguiar, considerando que é "uma honra para Portugal e para os portugueses".
Já António Costa usou o Twitter para felicitar o bispo. "Uma escolha que reconhece o bispo auxiliar de Lisboa como figura ímpar da Igreja Católica e que muito prestigia Portugal", disse o chefe do Governo.
É com enorme satisfação que felicito D. Américo Aguiar pelo anúncio da sua nomeação como Cardeal. Uma escolha que reconhece o bispo auxiliar de #Lisboa como figura ímpar da Igreja Católica e que muito prestigia #Portugal.
— António Costa (@antoniocostapm) July 9, 2023
A fechar os órgãos do Estado, Augusto Santos Silva valorizou "a prova de confiança que também representa na organização e realização da Jornada Mundial da Juventude em Portugal".
No PSD, Luís Montenegro e Carlos Moedas (que tem trabalhado com Américo Aguiar na organização da Jornada Mundial da Juventude) vincaram a "alegria e honra" para o país, com o líder social-democrata a salientar a "aposta de Sua Santidade numa nova geração e um relevante sinal dado à igreja e àquele que será um dos mais jovens cardeais, a poucas semanas da JMJ".
Na Igreja, a escolha do Papa Francisco foi celebrada pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, e pelo próprio Américo Aguiar, que se encontrava com voluntários da JMJ.
Numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, Ornelas demonstrou a sua "grande alegria" com a nomeação para cardeal, e sublinhou que "certamente que este é um estímulo para todos os jovens em Portugal, para as JMJ que estão à beira de se realizar e certamente que este reconhecimento para nós todos é muito grato".
Américo Aguiar soube da notícia no Entreposto Logístico de Setúbal e, aos jornalistas presentes, não escondeu a sua surpresa com o anúncio do Sumo Pontífice, mas também não deixou passar a oportunidade para destacar o trabalho realizado na JMJ.
"Eu li [a decisão] como um gesto do Papa Francisco em relação aos jovens e ao que nos diz insistentemente, de os jovens se levantarem e assumirem o protagonismo nas suas vidas. [...] Nós somos meros intermediários que vamos ajudar a que isso possa ser ainda mais incentivado junto dos jovens", disse.
O futuro mais próximo de Américo Aguiar passará certamente pela JMJ, mas também pela Ucrânia. O domingo foi de anúncios e, após ter sido anunciada a nomeação para cardeal, a assessoria da Jornada afirmou que o bispo auxiliar de Lisboa iria visitar a Ucrânia após um convite feito por representantes da Conferência Episcopal ucraniana, para se encontrar com jovens que não poderão deslocar-se a Lisboa.
Já os passados a longo prazo são mais incertos, mas alguns já apontam Aguiar para cargos mais altos. Com apenas 49 anos, o bispo auxiliar de Lisboa (que ocupa o cargo desde 2019) tem tido uma ascensão rápida na Igreja Católica Portuguesa - em 2016, assumiu a presidência do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia, além de desempenhar as funções de diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, organismo da Conferência Episcopal Portuguesa, e é o rosto mais visível da organização da JMJ, que será um dos maiores eventos (religiosos ou não-religiosos) que Portugal acolherá.
O Diário de Notícias explica que, ao ser nomeado cardeal, Américo Aguiar reúne as condições canónicas necessárias para ser o próximo bispo de Lisboa, sucedendo a Manuel Clemente, que, aos 80 anos, tem vindo a pedir para ser substituído. Aguiar será o sexto cardeal português em funções, juntando-se a Manuel Clemente, Tolentino de Mendonça e António Marto (três cardeais com direito a voto) e José Saraiva Martins e Manuel Monteiro de Castro (que, com mais de 80 anos, perderam o direito a voto na eleição do Papa).
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