Ele é de Bragança, a mulher de Guimarães, mas conheceram-se em Colónia e partilham a paixão pelo símbolo da cidade de Barcelos. No total, o casal de portugueses conta 1.085 galos e "não há limite" para esta coleção.
Em declarações à agência Lusa, Jorge Rodrigues, que deixou Portugal com 13 anos, em 1970, para viver na Alemanha, recorda que comprou os primeiros exemplares há mais de 15 anos num minimercado português, em Colónia, que já não existe.
"Comprei três ou quatro para pôr no armário. Isso foi o início. Como gosto muito de andar pelas feiras, acabei por ver um galo de Barcelos e fiquei admirado. Comprei e passei a estar mais atento. Cada vez que vou aos mercados, acabo sempre por encontrar. Eu e a minha mulher entusiasmamo-nos e nunca mais paramos de comprar", conta.
Em casa tem uma divisão dedicada a este símbolo da cultura popular portuguesa, com galos em miniatura, a outros com mais de 70 centímetros. Todos ordenados em estantes para o efeito.
"Tenho um quarto só para os galos (...) A minha mulher lá me vai dizendo que são coisas a mais, mas divertimo-nos e passamos sempre bons sábados e domingos com os galos", descreve.
Jorge Rodrigues está casado há 50 anos, tem quatro filhos, quatro netos e três bisnetos. Todos partilham o amor por Portugal e as visitas ao país são frequentes. Todos os anos visita Barcelos.
"Alguns galos foram oferecidos, mas quase todos foram comprados na Alemanha e vão desde os 50 cêntimos. Os vendedores são sempre alemães e não sabem a história do Galo de Barcelos, mas eu também não conto para não venderem mais caro", partilha, entre risos.
"Encontrei um de latão que deve ter uns cem anos, foi bastante barato e nem sei como apareceu ali. Tenho muito gosto em poder tê-lo e mostrá-lo às pessoas", sublinha, orgulhoso.
"Se as pessoas quiserem ver, podem telefonar-me e eu recebo-as. Já lá tive algumas pessoas, amigos de Colónia, portugueses e até mais alemães. Conto a história e até lhes digo para visitarem a cidade, em Portugal, e conhecerem um pouco mais", disse.
Jorge Rodrigues garante que vai continuar a colecionar o famoso galo, acrescentando, com humor, que "quando não houver mais espaço em casa, arranja-se".
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