Cofundador da Altice indiciado de 11 crimes de corrupção e branqueamento

Investigação com cerca de três anos aponta para suspeitas dos crimes de corrupção no setor privado, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação.

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© Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens

Marta Amorim com Lusa
19/07/2023 13:02 ‧ 19/07/2023 por Marta Amorim com Lusa

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Altice

Armando Pereira, cofundador da Altice, está indiciado de 11 crimes de corrupção ativa e passiva e branqueamento, avança a SIC Notícias.

Já Hernani Vaz Antunes, conhecido como o 'braço direito' de Armando Pereira, está indiciado de mais de 20 crimes - não tendo estes sido ainda descriminados.

A Operação Picoas revelou na última semana um alegado esquema financeiro em torno da Altice, detentora da antiga PT, que terá lesado o Estado e o grupo empresarial em centenas de milhões de euros.

O principal visado neste processo, o co-fundador da Altice, Armando Pereira, detido desde sexta-feira será apresentado perante um juiz, por volta das 14h00.

Altice International toma medidas. Suspende "vários" trabalhadores

A Altice International revelou, esta quarta-feira, que suspendeu "vários" gestores e trabalhadores em Portugal - e não só - enquanto decorre a investigação no âmbito da Operação Picoas. O grupo disse estar a "trabalhar ativamente" para proteger os seus interesses e os dos seus acionistas.  
 
"A Altice International e as suas afiliadas colocaram de licença representantes legais, gestores e trabalhadores importantes em Portugal e no estrangeiro, enquanto a investigação se desenvolve", pode ler-se num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso. A empresa sublinha, ainda, que as autoridades "clarificam" que os crimes em causa "impactam a Altice Portugal e as suas subsidiárias" e que, portanto, estas são "vítimas de fraude por parte de indivíduos".

A operadora de telecomunicações adiantou ainda que, vai "rever e reforçar o processo de aprovação de todos os contratos, pagamentos, ordens de compra e processos relacionados [com a investigação], tanto em Portugal como ao nível da Altice International". 

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), em colaboração com a Autoridade Tributária (AT), lançou no dia 13 de julho uma operação com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, que abrangeram instalações de empresas e escritórios de advogados em vários pontos do país, resultando em três detidos e na apreensão de documentos e viaturas de luxo avaliadas em cerca de 20 milhões de euros.

O cofundador da Altice Armando Pereira, que ficou detido no dia 13 na sequência das buscas, será alegadamente o líder de um esquema que, segundo o MP, terá lesado o Estado e o grupo empresarial em centenas de milhões de euros através do envolvimento de dezenas de sociedades controladas de forma indireta pelo seu homem de confiança, Hernâni Vaz Antunes.

Jéssica Antunes, Álvaro Gil Loureiro e Hernâni Vaz Antunes são os outros arguidos da "Operação Picoas". Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes e apontada pelo MP como 'testa de ferro' do pai em diversas empresas, foi a primeira a prestar declarações perante o juiz Carlos Alexandre, no Tribunal Central de Instrução Criminal, entre sábado e segunda-feira.

[Notícia atualizada às 13h25]

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