UE pondera pacote de 20 mil milhões de euros para apoiar Ucrânia
A União Europeia (UE) quer criar um pacote de 20 mil milhões de euros para apoiar a Ucrânia nos próximos quatro anos, não só para a aquisição de armamento, mas também para ajudar na reconstrução do país.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País Ucrânia
"Há uma proposta, um documento de reflexão, apresentado pelo Serviço Europeu de Ação Externa, que aponta para números nessa magnitude, não exclusivamente para armamento, envolve também um investimento grande na reconstrução [...]. O documento fala em 20 mil milhões [de euros], mas é apenas de reflexão, ao longo dos próximos meses vam\os consensualizar quanto e como", anunciou João Gomes Cravinho, em declarações aos jornalistas enquanto decorrer uma reunião do Conselho de Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas.
João Gomes Cravinho indicou que o pacote deverá ser um "envelope específico" dentro do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP), e vai fazer parte das "garantias de segurança" que a União Europeia quer dar ao país invadido pela Rússia no final de fevereiro do ano passado.
Contudo, deixou o ministro com a pasta da diplomacia portuguesa deixou um aviso: "Não deve desviar financiamento do MEAP para outras partes do mundo. Para África, esse mecanismo é um instrumento fundamental no nosso relacionamento [com os países daquele continente]. Não pode ser esgotado, exclusivamente absorvido, no apoio à Ucrânia".
O alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, anunciou hoje de manhã um plano para "assegurar o apoio à Ucrânia nos próximos anos, que vai contemplar uma quantidade considerável de dinheiro", sem revelar, no entanto, o valor.
A agência Reuters e o POLITICO avançaram hoje com o valor de 20 mil milhões de euros, mas ainda não houve confirmação oficial desse valor, apenas que vai vigorar entre 2024 e 2027.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 também abordaram a suspensão do acordo de exportação de cereais da Ucrânia pelo Mar Negro.
João Gomes Cravinho referiu que é consensual entre os países da UE que vai ser necessário reforçar o escoamento pelas rotas terrestres existentes, apesar de não substituírem a rota marítima: "Não é anular as consequências [da suspensão do acordo], mas mitigar."
O acordo ficou sem efeito na segunda-feira depois de o Kremlin recusar renová-lo alegando que alguns dos critérios que tinha estabelecido não foram cumpridos.
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