Há "claramente uma guerra entre bancos" pelos depósitos

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) considerou hoje, na conferência de imprensa semestral, que há "claramente uma guerra entre bancos" pelos depósitos.

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Lusa
21/07/2023 19:28 ‧ 21/07/2023 por Lusa

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CGD

"Nos juros de depósitos há claramente uma guerra entre bancos, uma disputa enorme", disse Paulo Macedo, mostrando um 'slide' com várias ofertas de depósitos de diferentes bancos nos últimos cinco meses e considerando que essa "guerra' não é contada na imprensa.

Sobre os depósitos da CGD, disse que o banco público tem vindo a subir a remuneração.

"Relativamente à remuneração que a Caixa está a dar nos seus depósitos entendemos que cada vez há menor desajustamento e houve no passado porque havia grande excesso de liquidez", afirmou.

A CGD apresentou hoje lucros de 608 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de 25,2% face a igual período do ano passado.

Os dados divulgados indicam que os depósitos eram de 68,8 mil milhões de euros em junho, menos 5,2% face a dezembro de 2022. Contudo, diz a CGD, que já no mês de junho houve uma "inversão desta tendência".

Nos primeiros meses do ano, os bancos tiveram importantes saídas de depósitos com os clientes a retirarem dinheiro para investirem em certificados de aforro. Já no início de junho o Governo baixou a remuneração dos certificados de aforro, o que foi alvo de críticas e entendido como uma cedência à pressão da banca, que o executivo recusou.

Hoje, Macedo disse que a CGD encarou os certificados como um "instrumentos concorrente" aos depósitos e que coube ao banco fazer "novas ofertas e que não passaram só pelo aumento dos depósitos" para captar a poupança dos clientes.

Os bancos depositam os depósitos que têm em excesso no Banco Central Europeu (BCE), estando atualmente a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito em 3,5%. Esta taxa define os juros que os bancos recebem pelos seus depósitos junto do banco central.

No primeiro semestre, a CGD ganhou 258 milhões de euros com a aplicação de depósitos junto do BCE.

Os resultados hoje divulgados pela CGD indicam ainda que, no primeiro semestre, o banco reservou 137 milhões de euros para custos de reestruturação. Questionado sobre se haverá um novo programa de saídas de pessoal, Macedo disse que "todos os anos há cerca de 400 pessoas que pedem a pré-reforma" e que este ano entende que deve anuir "a isso dentro do interesse da Caixa", até porque, por outro lado, tem recrutado trabalhadores.

O gestor admitiu que haja também rescisões por mútuo acordo, mas minoritárias.

Sobre a venda do Banco Comercial do Atlântico, o maior de Cabo Verde, disse Macedo que "existem alguns interessados" e que espera a autorização do Governo para continuar com o processo de venda.

Leia Também: CGD ganhou 258 ME com depósitos no BCE no 1.º semestre

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