Leandro Vultos e Ricardo Cochicho, de 18 anos, foram condenados a 17 anos e 15 anos e quatro meses, respetivamente, pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver, avança o Jornal de Notícias. Lucas Miranda, de 15 anos, foi encontrado morto em 2020, em Palmela.
"Quem comete crimes de gente grande é condenado como gente grande", disse o juiz Pedro Godinho no Tribunal de Setúbal, citado pelo JN.
De recordar que, aquando da sua morte, Lucas Miranda estava institucionalizado no Centro Jovem Tabor, em Setúbal, juntamente com os seus alegados homicidas.
O jovem foi acolhido no Centro Jovem Tabor em 2 de outubro de 2020, por decisão da mãe adotiva, o que o terá feito sentir-se rejeitado e manifestar a outros jovens da instituição o desejo de morrer, alegando que só não se suicidava por falta de coragem.
O homicídio de Lucas Miranda ocorreu numa altura em que os três jovens, a vítima e os dois arguidos, se encontravam nas imediações do Centro Jovem Tabor, uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) sob a dependência da Diocese de Setúbal da Igreja Católica, que acolhe jovens com dificuldades de inserção na sociedade e onde a vítima e os dois arguidos estavam institucionalizados.
De acordo com a acusação do Ministério Público, Lucas Miranda terá sido assassinado na manhã do dia 15 de outubro de 2020, por asfixia mecânica, depois de o arguido Leandro Vultos, que estava acompanhado por Ricardo Cochicho, lhe ter aplicado um golpe de mata-leão.
O Ministério Público sustenta também que, depois de consumarem o crime de homicídio, os dois arguidos terão tentado criar um cenário que desse a ideia de um suicídio por enforcamento, mas acabaram por abandonar essa ideia e esconderam o cadáver de Lucas Miranda, atirando-o para o interior de um poço seco perto do Centro Jovem Tabor.
[Notícia atualizada às 11h48]
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