Cachalote com caixa de cerveja na boca fotografado ao largo dos Açores

A caixa de plástico acabou por ser recolhida por uma empresa de observação de cetáceos quando o animal se afastou a uma "distância segura e regulamentar".

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© Rui Rodrigues

Natacha Nunes Costa
25/07/2023 14:58 ‧ 25/07/2023 por Natacha Nunes Costa

País

Açores

Parece mentira, mas (infelizmente) não é. Um cachalote foi fotografado com uma grade de cerveja na boca, ao largo da ilha de São Miguel, nos Açores.

A imagem foi partilhada na página de Facebook da empresa de Whale Watching Futurismo e desde logo muito comentada pelos internautas.

Contactada pelo Notícias ao Minuto, a Futurismo revelou que o momento aconteceu durante uma viagem de avistamento de cetáceos, na costa sul da ilha, ao início da tarde do dia 21 de julho.

"A área do animal foi indicada pelo vigia de serviço que direcionou as embarcações para o local. Ao aproximar notou-se um comportamento menos ‘normal’ por parte do animal que, despertou a nossa atenção; o cachalote rebolava, mostrava a cabeça, cauda e barbatanas peitorais. Aí percebeu-se que o cachalote estava a 'brincar' com uma caixa de cerveja pondo-a na boca", começou por contar Rui Rodrigues, Diretor Operacional da Futurismo.

Quando o animal se afastou da caixa e colocou-se a uma "distância segura e regulamentar", os skippers recolheram a mesma. No interior, encontraram três peixes porcos. O cachalote poderia estar a tentar comer os peixes e não a 'brincar' como inicialmente se pensou. Mas há ainda outra hipótese.

"Observando ao detalhe as fotos da boca, pôde constatar-se que, eventualmente, o animal poderia sofrer de uma doença que afeta os dentes (gengivas). Os dentes crescem mas não rompem a gengiva e isso poderá provocar dor ao animal. Assim, poderia estar a ‘coçar’as gengivas na caixa, aliviando, assim, o mal estar", explicou ao Notícias ao Minuto Rui Rodrigues.

Além de terem visto vários cetáceos, os turistas que participavam nesta viagem "memorável" assistiram a um momento de proteção marinha, uma mensagem que a Futurismo gosta sempre de fazer passar durante as experiências que oferecem aos seus clientes.

"As nossas viagens tem um fim turístico, mas não dissociado da componente cultural, educativa e cientifica. Empregamos, durante todo o ano, pelo menos 12 biólogos marinhos para que a criação científica e a valorização da experiência turística seja potenciada da melhor forma, revertendo esta ação também em programas educacionais nas escolas e na criação de dados científicos, dos quais temos reportório com mais de 15 anos", esclareceu Rui Rodrigues, acrescentando que é muito frequente encontrar lixo no mar dos Açores.

"O lixo no mar dos Açores é frequente. Infelizmente, demasiado frequente. A Futurismo recolhe sempre que possível (praticamente em todas as viagens) lixo marinho. O lixo é diversificado e de várias origens. Desde lixo doméstico (sacos de lixo), plásticos de todas as espécies e tamanhos, artefactos de pesca (caixas de peixe, linhas, cabos de embarcações, boias,etc.). Verificamos que há lixo vindo dos Estados Unidos e Canadá, trazido pela corrente do Golfo (facilmente identificável pelos tags e marcas que trazem) mas o lixo deitado ao mar na ilha é o mais frequente", realçou ainda o responsável.

A Futurismo Azores Adventures tem um programa de limpeza costeira ativo durante todo o ano, fazendo limpezas de pelo menos uma vez por mês, para além de colaborar com outras entidades na preservação dos oceanos.

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