Há várias misericórdias a debaterem-se com problemas graves de sustentabilidade, de tal forma que estão a vender património, a recorrer à banca e a fechar valências para conseguirem pagar as despesas e manterem a ajuda que prestam a milhares de pessoas, avança o Público esta sexta-feira.
De acordo com este jornal, há funcionários que ainda não receberam o subsídio de Natal de 2022 e o subsídio de férias e alguns só receberam metade. Há ainda salas do pré-escolar que fecharam portas e não vão voltar a abrir em setembro.
É o caso, por exemplo, da Santa Casa da Misericórdia de Sernancelhe, da Santa Casa da Misericórdia de Constância e da Santa Casa da Misericórdia da Lousã, de onde o provedor, João França, explicou que, atualmente, a instituição tem um prejuízo mensal de 20 mil euros e só conseguiu pagar metade do subsídio de férias aos funcionários.
Para além do "descalabro financeiro" e da "inflação", o valor pago pelo Estado nos acordos de cooperação ficam, segundo João França, "muito aquém dos custos reais", não chegando mesmo a 30% do que gastam com utentes ou crianças. A esperança reside no dinheiro de uma candidatura ao PRR, contudo, nem essa ajuda é certa.
Com problemas financeiros estão também várias misericórdias do Alentejo, nomeadamente, no distrito de Beja, como é o caso da Santa Casa da Misericórdia de Odemira, da Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel e da Santa Casa da Misericórdia de Serpa, onde nem os subsídios de Natal de 2022, nem os subsídios de férias de 2023 foram pagos.
O jornal Público garante que nos distritos de Aveiro e Faro as misericórdias também enfrentam dificuldades.
Entretanto, também a esse jornal, a União das Misericórdias Portuguesas garantiu que está a negociar com o Governo a "atualização da comparticipação pública ajustada à atual realidade".
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