Bordalo II? "Vivo bem, vivemos bem com a liberdade de expressão"

O bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 desdramatizou o protesto do artista Bordalo II no altar-palco do Parque Tejo, sublinhando que "vive bem" com a "liberdade de expressão dos cidadãos".

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
31/07/2023 07:15 ‧ 31/07/2023 por Lusa

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JMJ

Na sexta-feira, Bordalo II estendeu uma "passadeira da vergonha", composta por representações de notas de 500 euros, no palco-altar no Parque Tejo, em Lisboa, numa crítica aos "milhões do dinheiro público" investidos no encontro mundial de jovens com o Papa.

"Nós vivemos num Estado de Direito, vivemos num regime democrático que vai fazer 50 anos. Vivo bem, vivemos bem com aquilo que é a liberdade de expressão dos cidadãos. O que eu peço é que aconteçam [eventuais protestos] sempre no maior respeito uns pelos outros, quer quando seja a meu favor, quer quando seja contra", disse Américo Aguiar à agência Lusa.

Para o futuro membro do colégio cardinalício, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), "sendo um acontecimento promovido pela Igreja Católica, em todos os países tem criado sempre alguma reação negativa".

"Não digo que seja normal, mas é compreensível que isso aconteça, porque a JMJ é um convite da Igreja Católica, é uma iniciativa do Papa Francisco, é um encontro de jovens maioritariamente cristãos católicos, aberto a todos os jovens, de todas as religiões, [ou] mesmo sem religião, e isto não é unânime que seja positivo para toda a gente", acrescentou o bispo.

Américo Aguiar afirmou, ainda, que pede "um voto de confiança de que é uma coisa boa, positiva, importante para os jovens do mundo inteiro, para os jovens portugueses, e que as contas se fazem no fim".

"Quer dizer, nós podemos discutir o apoio do Estado, quer à JMJ, quer em relação a muitas outras coisas", acrescentou o prelado, não deixando de reiterar: "como eu disse, vivemos num Estado de Direito. O Estado foi previamente consultado, tomou uma decisão, essa decisão está a ser concretizada, existem órgãos de consulta, órgãos de acompanhamento, fiscalização, está tudo a funcionar e, portanto, no fim, fazem-se as contas, fazem-se os balanços".

"Da nossa parte, apresentaremos auditoria e as contas finais. E o que eu peço é que avaliem e depois, cada um, concorde, não concorde no respeito por todos", disse.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto deste ano, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

O primeiro encontro aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado, nos moldes atuais, por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A edição deste ano, que contará com a presença do Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.

O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJ Lisboa 2023, no dia 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus.

Leia Também: Ação de Bordalo II? "Não houve falha de segurança", mas sim "liberdade"

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