"Foi feita Justiça", diz Eduardo Montes, absolvido no caso Jéssica
Eduardo Montes foi absolvido no caso da morte da menina, de três anos, mas a sua família foi condenada a 25 anos de prisão.
© Carlos Pimentel/Global Imagens
País Jéssica
Eduardo Montes, absolvido no caso do homicídio de Jéssica, menina de três ano morta em junho de 2022, afirmou, esta terça-feira, após a leitura do acórdão no Tribunal de Setúbal, que "foi feita justiça".
De realçar que, enquanto Eduardo Montes foi absolvido, os seus pais, Ana Pinto e Justo Montes, a sua irmã, Esmeralda Montes, e a mãe de Jéssica, Inês Sanches, foram condenados a 25 anos de prisão.
"Nunca deveria ter vindo para este processo, como toda a gente sabe", disse Eduardo Montes, em declarações aos jornalistas, acrescentando que não havia "nenhuma prova" contra si.
"Eu não vi lá nenhuma prova", afirmou.
Interrogado sobre a condenação da sua família, o homem recusou tecer comentários e referiu: "Foi feita justiça".
Recorde-se que, nas alegações finais deste julgamento, em 13 de julho, o Ministério Público (MP) pediu 25 anos para a mãe de Jéssica, para Ana Pinto, suposta ama da menina, e para o seu marido, Justo Montes, e a filha, Esmeralda Montes.
Quanto a Eduardo Montes, o MP deixou cair todos os crimes que constavam do despacho de acusação.
O caso remonta a junho de 2022, quando Jéssica, com 3 anos, morreu devido aos maus-tratos que lhe foram infligidos durante os vários dias em que esteve ao cuidado da suposta ama.
O despacho de acusação do Ministério Público refere que, durante os cinco dias em que permaneceu na casa de Ana Pinto como garantia de pagamento de uma dívida da mãe, de 200 euros, por alegadas práticas de bruxaria, a menina foi sujeita a vários episódios de maus-tratos violentos e utilizada como correio de droga.
Jéssica só foi devolvida à mãe cerca das 10h00 do dia 20 de junho de 2022, numa altura em que já não reagia a qualquer estímulo.
Os sinais evidentes do seu sofrimento foram ignorados durante várias horas pela própria mãe, facto que a investigação considerou que também poderá ter contribuído para a morte da criança, que ocorreu poucas horas depois no Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
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