Liga dos Bombeiros admite apresentar queixa contra presidente da AGIF
A Liga dos Bombeiros está avaliar a apresentação de uma queixa-crime contra o presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais após declarações polémicas sobre o relatório de atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
© Lusa
País Bombeiros
"Estamos a pedir aos advogados para avaliarem a apresentação de uma queixa-crime contra o presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e estamos a exigir ao Governo que reponha a verdade, já que o senhor presidente AGIF não o quer fazer", disse o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, após as cerimónias de homenagem aos dois bombeiros que morreram há 10 anos no concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, quando combatiam um incêndio florestal.
António Nunes lembrou que quem superintende a AGIF é o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, no caso da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
"O Governo tem de vir dizer que o que disse o presidente da AGIF, na Comissão de Agricultura e Pescas não é verdade. Alguém tem de dizer isto. Nós já o dissemos", vincou António Nunes.
A LGB adianta ainda que o presidente da AGIF, Tiago Oliveira, já teve "tempo suficiente para se justificar perante os portugueses pelas informações falsas que produziu acerca dos bombeiros".
"Não pode permanecer qualquer dúvida em relação ao combate aos incêndios florestais e sobre o financiamento e o trabalho dos bombeiros", reiterou o presidente da LBP.
O presidente da AGIF disse quinta-feira perante a comissão parlamentar de Agricultura e Pescas que há municípios a gastar meio milhão de euros nos bombeiros, "quando não gastam dinheiro a gerir a floresta", sendo necessário balancear a prevenção e o combate.
O mesmo responsável questionou também o facto de os "corpos de bombeiros receberem em função da área ardida", considerando o "objetivo perverso".
As declarações de Tiago Oliveira motivaram críticas da LBP, da Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários (APBV) e da Associação Nacional de Municípios Portugueses, entre outras associações de autarquias.
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