Jovens improvisam para se proteger do sol e desmaiam sob calor tórrido

Dezenas de alpendres improvisados com cordas agarradas às barreiras de segurança, sombrinhas e guarda-sóis multicolores servem para fazer sombra aos peregrinos que estão hoje no Parque Tejo (Lisboa) a participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

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© MIGUEL A. LOPES/Lusa

Lusa
05/08/2023 17:34 ‧ 05/08/2023 por Lusa

País

JMJLisboa2023

No sítio oficial do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) lê-se que o distrito de Lisboa está hoje em aviso laranja e no domingo em aviso vermelho.

Um grupo de nove jovens sul-coreanos, de Seul, estendia esta tarde, pelas 16:00, no setor A, um pano de três metros quadrados de dimensão, usando cordas agarradas às grades da barreira de proteção, para se refugiar do sol e das elevadas temperaturas, a rondar os 35 graus.

Debaixo do alpendre improvisado e com as pernas cruzadas à chinês, Domenico Seong, do grupo sul-coreano, explica que alguns elementos no grupo sofrem muito com as temperaturas elevadas e, por isso, a melhor opção foi arranjar uma boa sombra com tecidos estendidos por cordas.

O peregrino acrescenta que a criatividade e o sacrifício também fazem parte da JMJ e acredita que o seu país vai ser o escolhido para a próxima JMJ.

O padre Wilson Fernandes, oriundo de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul (Brasil), conta que se está a defender do sol no Parque Tejo com uma sombrinha, um panamá, muita água e creme protetor.

As elevadas temperaturas são um sacrifício que se tem de aceitar, defende, destacando a criatividade da juventude para superar as intempéries.

Um outro grupo de jovens italianos chegava com colchões e sacos de cama e seguiu o exemplo dos companheiros coreanos, montando uma espécie de alpendre com a ajuda de cordas agarradas a caixotes do lixo e grades de ferro, para proteção do calor escaldante.

Há mesma hora, junto das casas de banho cor de laranja do Parque Tejo, a peregrina Odete Silva, 60 anos e de Castelo Branco, resguardava-se com as amigas do sol na sombra dos WC montados para a JMJ.

Munidas com sombrinhas, panamás, protetor solar, garrafas de água e cadeiras, a peregrina Odete e as duas amigas esperavam que voluntários lhes trouxessem o "selo de mobilidade reduzida" para poderem resguarda-se do calor intenso que colocou o distrito de Lisboa em alerta vermelho.

"Encaro isto como um sacrifício. O Papa [Francisco] tem 86 anos e também anda por aí", declara, enquanto classifica de "anjos" os dois voluntários -- João Cunha e Leonor Barral -, que chegaram para lhe dar o bendito selo.

As dezenas de fontes com água potável que existem nos vários setores do recinto estão repletas de filas de jovens peregrinos que enchem as garrafas azuis da JMJ e que molham os cabelos e o corpo para se refrescarem.

O jovem Alfonso Ortiz, de 16 anos de idade e oriundo de Alicante (Espanha), decidiu colocar a cabeça debaixo da torneira da fonte para se refrescar e, apesar do sol e das altas temperaturas, assume que está a gostar de tudo e que está a superar as provas.

Os avisos no écrans apelam que se beba água, enquanto a maioria dos peregrinos se estende ao sol em panos e plásticos ou encontra-se à sombra dos caixotes do lixo.

Há dezenas de jovens a receber assistência médica nas tendas de saúde por causa do calor em excesso, constatou a Lusa junto daqueles espaços.

Do lado de fora do recinto, milhares de peregrinos continuavam a chegar com sacos de cama, tendas, colchões, panamás e sombrinhas.

Alguns desmaiavam ou caíam durante o percurso por causa das elevadas temperaturas e os carros do INEM não tinham corredores de emergência para irem auxiliar e apoiar essas pessoas.

O trânsito estava muito condicionado durante a tarde para quem se dirige até ao Parque Tejo de carro ou autocarro.

Lisboa está a ser palco da JMJ, com a presença do Papa Francisco e que, até domingo, reúne milhares de peregrinos de todo o mundo.

Leia Também: JMJ: Abertos 19 parques de estacionamento para autocarros de peregrinos

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