Na sequência da morte de um idoso, de 93 anos, no Hospital Beatriz Ângelo, após esperar cerca de seis horas para ser transferido para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou, esta terça-feira, a abertura de "um processo de esclarecimento" ao caso.
"A IGAS teve conhecimento dos factos referidos, através de notícias publicadas pelos órgãos de comunicação social", refere a entidade em comunicado enviado às redações.
Após o Conselho de Administração do Hospital Beatriz Ângelo informar da instauração de um "processo de inquérito, com caráter de urgência" à morte do nonagenário, também a IGAS decidiu "abrir um processo de esclarecimento, para avaliar a necessidade de desenvolver outro tipo de ação inspetiva".
"A Entidade Reguladora da Saúde, no quadro das suas competências, também se encontra a averiguar a situação, através de um processo de avaliação", refere ainda a IGAS, acrescentando que "estes dois organismos decidiram cooperar de modo a obter todos os esclarecimentos necessários de forma complementar".
De recordar que o idoso chegou ao hospital de Loures com uma fratura na perna, tendo sido atendido na maca, em pleno corredor do hospital.
Luís Marques, comandante dos Bombeiros de Camarate, afirma que estava um ambiente de muita confusão neste centro hospitalar. Apercebendo-se disso, e tendo uma viatura disponível no exterior, estes Bombeiros disponibilizaram-se para proceder ao transporte do doente, algo que foi negado pelo Hospital Beatriz Ângelo.
O doente terá estado várias horas à espera. "Uma confusão tremenda nos corredores, estamos a falar de 22 ambulâncias", disse o mesmo responsável.
A sugestão de transporte pelos próprios bombeiros foi, porém, recusada. "[Disseram] que era um procedimento do hospital, era uma empresa externa que fazia esse mesmo transporte", afirma o Comandante Luís Marques. "A equipa prontificou-se mas o hospital não respondeu positivamente".
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