O Presidente da República recusou, esta quinta-feira, comentar a sua sucessão, um tema que tem dominado a agenda política nos últimos dias, desde que Luís Marques Mendes admitiu vir a candidatar-se ao cargo.
"Eu não tenho nada a dizer sobre o próximo Presidente da República. Eu já disse duas coisas: a primeira é que, como todos os meus antecessores, o Presidente da República não deve nem pode falar de candidaturas, de 'candidaturas a candidaturas', de eleições presidenciais, isso é uma matéria que não faz sentido", referiu, à margem da abertura oficial da Festa do Livro, no Palácio de Belém.
"Nem o presidente Eanes, nem o presidente Soares, nem o presidente Sampaio nem o presidente Cavaco tomaram posição sobre essas matérias. E bem. É uma boa linha que eu vou seguir", remata.
Marcelo garante, ainda assim, que pretende ir mais longe: "Tenciono, depois de cessar as minhas funções, não me pronunciar sobre política portuguesa subsequentemente".
Questionado sobre o facto de haver tantas figuras "desejosas" de assumir o seu papel, o chefe de Estado sublinhou que "todos os cidadãos portugueses originários com mais de 35 anos têm esse direito [de candidatar-se]", evitando falar nos nomes que têm sido sugeridos nos últimos dias, como Marques Mendes ou Santana Lopes.
O tema da corrida a Belém ganhou destaque nos últimos dias, após Marques Mendes ter assumido, no seu comentário televisivo na SIC de domingo, apresentar uma candidatura presidencial "se houver utilidade para o país".
O conselheiro de Estado foi questionado sobre o significado político da sua presença na Festa do Pontal, a rentrée do PSD a meio de agosto no Algarve, e se tal estaria relacionado com um eventual acordo para um apoio de Luís Montenegro a uma candidatura sua a Belém.
"Nunca na minha vida falei com Luís Montenegro sobre eleições presidenciais, não há nada a falar, não há qualquer acordo", assegurou Marques Mendes, dizendo que, neste momento, "não há nem decisão nem sequer inclinação".
No entanto, o antigo presidente do PSD quis acrescentar as condições para tomar ou não essa decisão no futuro.
"Se eu um dia achar que com uma candidatura à Presidência da República posso ser útil ao país -- é isso que conta -, se vir que tem alguma utilidade para o país uma candidatura minha e um mínimo de condições para se concretizar, sou franco, tomarei essa decisão, independentemente de acordo ou não acordo", afirmou.
[Notícia atualizada às 18h58]
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