'Cluster' do calçado português volta aos mercados internacionais em Milão
Perto de 80 empresas do 'cluster' do calçado expõem a partir de hoje a oferta portuguesa nos três certames de referência da fileira, em Milão, Itália, voltando a apostar em força nos mercados internacionais após dois anos de contingência sanitária.
© Getty Images
País Itália
Na feira de calçado MICAM, que decorre de hoje até quarta-feira, Portugal estará representado com 36 empresas, enquanto a mostra de acessórios de pele MIPEL, que decorre no mesmo período, contará com um expositor nacional e a feira de componentes para calçado e marroquinaria Lineapelle, agendada para o período de terça a quinta-feira, terá 37 representantes portugueses.
De acordo com a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), o reforço da participação nacional naqueles que são considerados os três certames de referência do 'cluster' marca o "regresso das empresas de calçado aos mercados internacionais, depois de dois anos de 'contingência sanitária'".
"Desde o início do ano, o setor já integrou mais de 20 iniciativas promocionais no exterior. Os últimos certames já deram indicações de que se está a regressar a níveis pré-pandemia, pelo que é expectável um reforço crescente da atividade promocional do setor nos mercados externos", refere a APICCAPS.
Nesta edição das feiras, aos "grandes protagonistas" do setor - como a Ambitious, Bolflex, Felmini, Fly London, Lemon Jelly, Profession Bottier, Softinos ou Vapesol - a associação diz juntarem-se a Fábrica de Calçado Penha, de Guimarães, ou a empresa de componentes Solpré, de Felgueiras, numa "estreia nos grandes palcos internacionais".
Segundo salienta a APICCAPS, para um 'cluster' altamente exportador como o do calçado e artigos de pele, que exporta mais de 95% da sua produção para 172 países dos cinco continentes, "a promoção comercial externa é decisiva": "Em 2022 o setor de calçado integrou 28 iniciativas promocionais no exterior, número que subiu para as 37 em 2023", nota.
"Quando os nossos empresários e técnicos do setor viajam, ficam desde logo a conhecer a realidade de cada mercado. Depois, contactam com a concorrência, aprofundam o conhecimento das tendências de consumo e, por fim, vislumbram oportunidades de negócio". Não podemos abandonar esta dinâmica, que permitiu ao calçado português conquistar clientes em todo o mundo", destaca a associação liderada por Luís Onofre.
De acordo com a organização das feiras de Milão, em fevereiro passado, mais de 48 mil profissionais visitaram os certames, assinalando-se um acréscimo na ordem dos 25% face à edição anterior, com destaque para os compradores de Alemanha, Espanha, França e Reino Unido. Os compradores da Coreia do Sul e Japão regressaram igualmente "em força" ao norte de Itália.
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