"Sem medidas, a situação vai piorar em vez de melhorar", afirma SIM

Segundo Jorge Roque da Cunha, a greve regional "vai afetar as consultas externas, vai afetar as cirurgias programadas", salientando, no entanto, que as "cirurgias urgentes, oncológicas e os tratamentos oncológicos obviamente serão feitos".

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Inês Frade Freire com Lusa
27/09/2023 08:31 ‧ 27/09/2023 por Inês Frade Freire com Lusa

País

Roque da Cunha

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, afirmou, esta quarta-feira, que espera, com a greve regional, que "o Ministério da Saúde faça aquilo que proclama, que é investir no Serviço Nacional de Saúde [SNS]", acrescentando que "de outra forma, continua a haver uma grande dificuldade em continuar a garantir os serviços de urgência".

A partir do Hospital de São José, em Lisboa, no dia em que foi convocada pelo SIM a greve regional, que se estende até às 24h00 de quinta-feira, Roque da Cunha salientou ainda que "o SNS precisa de médicos e, sem medidas, a situação vai piorar em vez de melhorar".

O secretário-geral do SIM recordou ainda que a greve, que abrange os centros hospitalares Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental, do Oeste, Médio Tejo e os hospitais Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), de Santarém, o Hospital Forças Armadas e o Hospital Prisional de Caxias, "vai afetar as consultas externas, vai afetar as cirurgias programadas", realçando, no entanto, que as "cirurgias urgentes, oncológicas e os tratamentos de hemodiálise obviamente serão feitos".

Assegurando que estarão assegurados os serviços mínimos nas urgências, Roque da Cunha apontou, por sua vez, que o SIM viu-se obrigado a fazer as greves, não sendo algo que deseja, mas que "causarão perturbação num sistema que já está bastante fragilizado".

"Nós tudo fizemos para a evitar. Durante o processo negocial não o fizemos. Fizemos uma greve nacional em julho e depois um conjunto de greve regionais e hoje é a segunda greve regional de Lisboa e vale do Tejo. (...) Estamos à espera de uma grande adesão", disse.

Sobre as negociações com o ministério da Saúde, o SIM afirmou que "neste momento não existem negociações", sublinhando não concordar com o regime de dedicação plena. "Não se pode dizer que se contrataram muitos médicos quando a realidade é a que é", referindo-se aos problemas que estão a atravessar serviços como o de Ginecologia-Obstetrícia.

Segundo Jorge Roque da Cunha, nos últimos 10 anos, os médicos perderam cerca de 22% do seu poder de compra e a proposta do Governo de 3,1% não é aceitável.

A paralisação insere-se num conjunto de greves que o SIM anunciou recentemente para protestar contra a ausência de propostas concretas do Governo nas negociações sobre as grelhas salariais e a valorização da carreira que decorrem desde 2022 sem acordo.

A próxima reunião negocial entre o sindicato e o Ministério da Saúde está agendada para sexta-feira.

[Notícia atualizada às 09h05]

Leia Também: Mais médicos recusam exceder as 150 horas suplementares, diz FNAM

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