"Eu creio que todos convergimos na mesma vontade de que haja paz e que a paz seja justa, duradoura e que chegue tão rápida quanto possível. O caminho para a paz é que, naturalmente, cada um procura através dos seus próprios caminhos", declarou António Costa aos jornalistas, em Roma, após uma audiência a seu pedido com o Papa, no Vaticano, para agradecer a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Portugal e a visita de Francisco ao país, em agosto último.
O líder do Governo, que no encontro com Francisco abordou, entre outros temas, a paz, considerou "muito importante a mensagem que a Santa Sé tem transmitido", assim como "a mediação que tem desenvolvido, agora para a entrega das crianças ucranianas que estavam retidas na Rússia", além do "papel importante que teve no acordo de exportação de cereais".
Segundo António Costa, "naturalmente, o múnus próprio da Santa Sé é diferente daqueles dos Estados", notando que "há apoios que os Estados podem dar que não é expectável que a Santa Sé dê" e que "há diligências que a Santa Sé pode realizar que não devem ser os Estados a realizar".
"Quanto àquilo que é essencial, que é a vontade de rapidamente chegarmos à paz e a uma paz que seja justa e duradoura, que preserve e defenda o Direito Internacional, essa é uma convergência total que eu sinto que existe entre a Santa Sé e a posição da União Europeia", destacou.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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