O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse, este domingo, que a escalada do conflito no Médio Oriente "atinge todo o mundo", apontando que, com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o globo "aguenta com custos enormes".
"Está por resolver um problema desde sempre [naquela região] e, agora, agravou-se. Não se desagravou, agravou. O agravar significa muita coisa. Significa um choque brutal daquele ataque terrorista, significa o que isso significa, significou e vai significar nas vítimas, nos familiares das vítimas, na resposta que continua, no ataque de parte a parte, que continua e que, apesar das várias tentativas de intermediação e de paz, temos a noção todos de que tem um efeito muito superior àquela região", disse o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas a partir de Vouzela.
E continuou: "No fundo, tem um efeito que, de uma maneira ou de outra, cobre todo o mundo. Em pessoas, em comunidades, em efeitos económicos, em efeitos financeiros, em efeitos sociais".
Questionado quanto à guerra na Ucrânia, país invadido pela Rússia em 2022, o responsável apontou que o mundo "aguenta" duas guerras em simultâneo, mas "aguenta com custos enormes".
"Aguentar, tem de aguentar. Aguenta é com custos enormes. De facto, já vimos o primeiro custo da guerra na Ucrânia, já lá vai mais de um ano e meio, e não há sinais de estar para terminar rapidamente. Entramos daqui a um mês e meio no inverno, o que significa, no fundo, uma época do ano em que não há uma alteração muito significativa do ponto de vista operacional ou militar, mas com custos que todos nós acompanhamos em termos humanos, desde logo nos ucranianos, mas em todos os intervenientes, e em custos na inflação, na energia, na falta de produtos alimentares, na dificuldade de escoamento dos cereais, por aí adiante, atingindo todos os continentes do mundo", enumerou.
À guerra na Ucrânia somou-se, agora, "um conflito cuja duração também ninguém sabe qual será, nem a extensão dos efeitos", apontou, tendo ainda em conta a comunidade judaica e a comunidade palestiniana um pouco por todo o mundo.
"Aquilo que já era muito complicado de resolver agravou-se com o ataque terrorista e todos tememos que continue grave e presente na vida de todos nós. O mundo aguenta? Aguenta, mas isso significa custos muito elevados, sobretudo para os mais pobres", reiterou.
Aliados à pandemia, os dois conflitos "desta dimensão" deixam "um lastro na vida das pessoas, das comunidades e dos Estados que é difícil de medir neste momento".
O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje que Israel tem o direito de se defender agindo militarmente, mas também tem de o fazer respeitando as populações civis de Gaza.
Lusa | 20:42 - 14/10/2023
Ainda assim, Marcelo ressalvou que, "na Ucrânia, estamos perante um conflito entre dois Estados", enquanto o escalar do conflito no Médio Oriente teve origem num "ataque terrorista a um Estado". Esse "ataque terrorista" surgiu, na ótica do chefe de Estado, "de uma parcela daquilo que ainda não é um Estado, mas que as Nações Unidas esperariam que pudesse vir a ser um Estado a conviver com o Estado de Israel", pelo que "aplicar os princípios e os valores do direito internacional implica uma sensibilidade muito, muito elevada".
"Vamos ver qual é a evolução dos acontecimentos e, desde logo, aquilo que já começou e se tem desenvolvido bem, dentro do possível, que é salvaguardar os nacionais de outros Estados que quiseram sair da zona onde encontramos o conflito", disse, realçando o papel de Portugal na missão, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE). Esta quarta-feira, Netanyahu acordou com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
[Notícia atualizada às 13h31]
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