A Força Aérea Portuguesa (FAP) indicou, esta quinta-feira, que a aeronave KC-390 fez a sua "primeira missão operacional". Tratou-se de um voo transatlântico, entre Brasil e Portugal.
"Pelas 16h30 de hoje, 19 de outubro, aterrou na Base Aérea N.º 11, em Beja, o KC-390 da Força Aérea Portuguesa que realizou a primeira missão operacional", pode ler-se num comunicado da Força Aérea a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
Este voo, entre os dois países, "marcou o início de operação da atividade operacional do KC-390 que, a partir de agora, integra em pleno o sistema de armas da Força Aérea".
O ramo das Forças Armadas adianta ainda, na mesma nota, que o KC-390 é um "avião de alcance intercontinental, dotado de capacidades multimissão e capaz de executar operações estratégicas e táticas, civis e militares, desde o transporte de tropas, veículos e carga paletizada, lançamento de paraquedistas e carga, transportes aeromédicos, missões de busca e salvamento, reabastecimento aéreo e combate a incêndios florestais".
A frota será operada pela Esquadra 506 – 'Rinocerontes', sediada na Base Aérea N.º 11, em Beja.
Veja as imagens na galeria acima.
"Este é um projeto que, verdadeiramente, são três em um"
Em 19 de outubro de 2022, nesta base aérea, decorreu a cerimónia de apresentação da primeira das cinco aeronaves KC-390 que vão equipar a FAP. Na altura, o primeiro-ministro classificou essa ocasião como "um dia importante" para as Forças Armadas e para o país, aludindo a um projeto "três em um".
"Este é um projeto que, verdadeiramente, são três em um", porque permite alcançar três objetivos: "Capacitação das nossas Forças Armadas e da Força Aérea, estreitamento das nossas relações com o Brasil e desenvolvimento do nosso cluster aeronáutico como importante componente da economia nacional", argumentou António Costa.
Os KC-390, comprados por Portugal à empresa brasileira Embraer contam com componentes produzidos em território nacional, nas antigas duas fábricas que a construtora aeronáutica brasileira possuía em Évora (agora propriedade de outra empresa) e nas OGMA Indústria Aeronáutica de Portugal.
Além disso, a conceção desta aeronave implicou o investimento de 650 mil horas de trabalho da engenharia portuguesa, num trabalho desenvolvido pelo CEiiA.
A aeronave apresentada há um ano e que agora se estreou em missões operacionais é a primeira de cinco aeronaves deste tipo que Portugal acordou, em 2019, comprar à brasileira Embraer (que as vai entregar faseadamente) com o objetivo de substituir os Hercules C-130, por um valor de 827 milhões de euros.
Após a apresentação oficial em Évora, estava previsto que ainda fosse feita a "integração dos equipamentos NATO e certificados pela Autoridade Aeronáutica Nacional" no primeiro KC-390, antes de entrar em operação.
O negócio com a Embraer inclui ainda a aquisição de um simulador de voo e a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida.
Leia Também: Governo gastará 2.850,1 milhões em Defesa, com reforço de 23,8% da LPM