Muna Habil perdeu toda a família no ataque que assolou o campo de refugiados de Al-Shati, no norte de Gaza, no sábado. A mulher, que estava no edifício ao lado, sonhou que algo de terrível ia acontecer, tendo acordado com a notícia da morte dos pais, do irmão, da cunhada e dos cinco sobrinhos.
"Não tenho ninguém – a minha família morreu toda. Mataram-nos", disse, citada pela NBC News, enquanto os vizinhos tentavam consolá-la.
À medida que as equipas de socorro procuravam sobreviventes nos escombros, a mulher manteve-se por perto, na esperança de que o seu pesadelo não tivesse passado disso.
"Meu Deus, vou morrer sem eles. Estão todos mortos. Não tenho ninguém", gritou, a dada altura.
Israel lançou vários avisos para que a população de Gaza se retirasse para o sul, levando a que mais de um milhão de Palestinianos tenham rumado àquela região do enclave. Para a família de Habil, sábado foi demasiado tarde.
"O que é que posso fazer, agora que morreram?", lamentou.
Sublinhe-se que, depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE). Esta quarta-feira, Netanyahu acordou com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.
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