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Campanha para cobrir custas do processo de Mamadou Ba ultrapassa valor

Campanha de angariação de fundos conseguiu mais de 7 mil euros.

Campanha para cobrir custas do processo de Mamadou Ba ultrapassa valor
Notícias ao Minuto

23:52 - 25/10/23 por Notícias ao Minuto

País Mamadou Ba

A angariação de fundos para cobrir as custas judiciais do processo em que o ativista antirracismo Mamadou Ba foi condenado ao pagamento de 2.400 euros - por difamação ao militante de extrema-direita Mário Machado, no caso ligado à morte do cabo-verdiano Alcindo Monteiro em 1995 - foi encerrada. 

A campanha, organizada pelo Ativismo Antirracista, pretendia angariar 6 mil euros, e conseguiu 7.067 euros, estando agora as doações encerradas. 

Na plataforma Go Fund Me, onde decorreu a angariação, pode ler-se que o primeiro objetivo era "cobrir a totalidade das custas judiciais e despesas conexas do processo de Mamadou Ba".

"A verba sobrante, se adesão for a que esperamos, será usada para casos similares ou de violência policial e racismo, com garantias de transparência no montante conseguido e nas despesas a que é destinado. O valor recebido por essa campanha, que será aplicado para cobrir os custos citados acima, será integralmente enviado ao Mamadou, através de transferência em conta bancária de sua escolha", pode ainda ler-se. 

De recordar que um grupo de mais de 50 subscritores, que inclui várias caras conhecidas do panorama político, decidiu lançar uma campanha de solidariedade para cobrir a totalidade das custas judiciais do processo, incluindo a ida até ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, "se necessário".

Em causa está uma frase escrita por Mamadou Ba na rede social X (antigo Twitter), na qual o ativista antirracismo considerou Mário Machado uma das figuras principais do homicídio de Alcindo Monteiro, no Bairro Alto.

Na leitura da sentença, a juíza Joana Ferrer vincou que "Mário Machado não assassinou Alcindo Monteiro" e que o arguido Mamadou Ba imputou tal facto, "repetido até à exaustão", ofendendo a honra do assistente no processo (Mário Machado), que tem mulher e filhos.

O tribunal considerou que houve vontade notória de Mamadou Ba de "denegrir" Mário Machado, salientando que o passado criminal deste último não impede o seu direito à honra, tanto mais que o processo penal português assenta na ressocialização e não permite a estigmatização de quem já cumpriu pena.

À saída do tribunal após o julgamento, a advogada Isabel Duarte leu aos jornalistas uma declaração de Mamadou Ba intitulada 'O Estado capitula e a justiça branqueia um nazi', na qual se refere que "dizer que Mário Machado é uma das figuras principais do assassinato de Alcindo Monteiro é simplesmente a forma mais benigna de descrever como ele se destacou na noite da 'caça ao preto' pela violência com que agrediu as suas vítimas com um taco de basebol, na cabeça, até as deixar inanimadas".

Também o juiz de instrução Carlos Alexandre, que enviou o processo para julgamento, não foi poupado nas críticas feitas por Mamadou Ba, bem como o Ministério Público.

Leia Também: Lançada campanha para cobrir custas judiciais de processo de Mamadou Ba

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