Ativistas ambientais do Climáximo tentaram entrar, na manhã desta quarta-feira, na sede da EDP, em Lisboa, para assinalar a "desresponsabilização completa da empresa na atual crise política", defendendo, numa referência às polémicas buscas de ontem e que visaram o Governo, que "há buscas que faltam".
O grupo diz ter sido travado pela polícia de choque, que acusam de "empurrar" os manifestantes e de "exibir " os cassetetes, e anunciou um novo ciclo de ações em novembro.
"Hoje de manhã, apoiantes do Climáximo juntaram-se na sede da EDP para assinalar a desresponsabilização completa da empresa na atual crise política. Manifestantes pacíficos tentaram entrar na sede e foram travados por polícias de choque", lê-se numa nota enviada às redações.
Para a Climáximo, o país recebeu ontem "um lembrete" de que, nos projetos de energia, o Governo e as empresas "trabalham em colaboração íntima e orgânica".
"São esses projetos em que grandes empresas multinacionais estão envolvidas. Houve buscas, detenções e demissões. A EDP está no centro desta crise política (como está no centro da crise climática em Portugal). Mas não houve buscas, detenções ou demissões na sede da EDP. Aliás, para o CEO da EDP, foi um dia tranquilo em que ganhou 5 mil euros (como ganha todos os dias)", acusam.
Numa referência a uma alegada inação da Justiça, o Climáximo frisa que a manifestação de hoje trouxe ao debate público a seguinte pergunta: "Se não forem as pessoas normais, quem vai responsabilizar a EDP pelos seus crimes climáticos vestidos de negócios?".
Os manifestantes concentraram-se à frente da sede da empresa e "fizeram várias tentativas para entrar no edifício com calma e tranquilidade, enquanto a polícia fez o seu trabalho de proteger a EDP, empurrando os manifestantes e exibindo cassetetes à frente da sede", indica a mesma nota.
"Quando dizemos que os Governos e as empresas declararam guerra contra a sociedade e o planeta, e quando dizemos que isto é um ato deliberado e coordenado, estamos a falar não só da aliança orgânica entre Governos e empresas para destruir tudo que amamos, mas também da colaboração ativa das forças do Estado para defender as empresas das pessoas comuns", disse uma manifestante, citada pelo grupo.
O Climáximo sublinha que "mudar nomes dos funcionários estatais para fazer trabalho administrativo para as empresas é uma distração" e que "uma responsabilização séria só será possível quando a população resistir ativamente aos crimes contra a Humanidade".
Desta forma, o Climáximo anuncia, assim, "um novo ciclo de ações para começar no fim de novembro".
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