"Tempo escasseia". SIM acusa Governo de continuar em "silêncio"
O Sindicato Independente dos Médicos apelou ao retomar das negociações com Ministério da Saúde, mas que continuam paradas.
© Artur Machado/Global Imagens
País Médicos
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) acusou o Governo "que está em plenas funções e com capacidade negocial e decisória" de manter-se em "silêncio".
Num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso esta quarta-feira, o SIM recordou que há uma semana apelou ao retomar das negociações unilateralmente interrompidas pelo Ministério da Saúde, mas que continuam paradas.
"O relógio continua a andar e o tempo a escassear cada vez mais, com a capacidade de resposta do SNS a ficar cada vez mais deficiente e a possibilidade de ocorrências trágicas a crescer", afirmou o SIM.
Segundo o sindicato, "as operações cosméticas de reorganização são pensos rápidos". "Anos e anos de uma postura displicente (quando não arrogante) dos responsáveis face às elementares reivindicações dos trabalhadores médicos, de falta de atualização salarial condizente com a penosidade, risco e responsabilidade da sua atividade, a tal levaram", acrescentou.
O SIM esclareceu ainda que "não vai abdicar da satisfação das justas medidas que se impõem: redução do período semanal de trabalho normal para 35 horas, das quais até 12 horas destinadas a trabalho em urgência, e atualização salarial que colmate a perda do poder de compra constatada em todos estes anos".
No entanto, relembrou que "desde o inicio das negociações que o SIM se mostrou disposto a chegar a um acordo e inclusive aceitando um faseamento no tempo da aplicação das medidas indicadas, permitindo uma adaptação da gestão e desempenho do SNS". "Essa postura mantem-se", assinalou.
De recordar que dezenas de médicos estão em greve desde terça-feira para exigir nova reunião com o Governo, lembrando que continua em funções e com autoridade para resolver os problemas do SNS.
As negociações entre o Ministério da Saúde e os sindicatos iniciaram-se em 2022, mas a falta de acordo tem agudizado a luta da classe, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.
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