O ministro da Saúde anunciou hoje uma nova ronda negocial com os médicos. Manuel Pizarro mostra esperança num possível entendimento (que tarda em acontecer) e lembrou que "não está apenas na mão do Governo".
"Se anuncio uma nova ronda negocial [isso] pressupõe a possibilidade de um entendimento, mas não está apenas na mão do Governo", atirou, em declarações aos jornalistas em Vila do Conde.
Face a estas declarações, o Ministério da Saúde emitiu um comunicado a confirmar que "vai retomar as negociações com os sindicatos representativos dos médicos na próxima quinta-feira, dia 23 de novembro."
Esta ronda negocial "contará com a presença do Ministro da Saúde e do Secretário de Estado da Saúde". Previamente, na terça-feira, dia 21 de novembro, o Secretário de Estado da Saúde "receberá os sindicatos para uma reunião técnica dedicada a dois novos temas: regulamentação das Unidades de Saúde Familiar e dos Centros de Responsabilidade Integrados".
Pizarro havia garantido que, apesar de todo o caos que se tem vivido no SNS, "temos sido capazes de dar resposta com tranquilidade e segurança aos portugueses". O ministro lembrou que tem sido feito um "esforço muito grande nas negociações", o qual não é correspondido pelos sindicatos. Nesta senda, referiu que o Governo concorda com a redução do horário de trabalho dos médicos, bem como com a redução do número de horas de serviço nas Urgências. Mas para que isso aconteça, defende, estas "medidas têm de ser compensadas".
"Esta negociação tem que resultar numa melhoria do acesso dos portugueses aos serviços de saúde e tem de resultar numa melhor reorganização do SNS e na valorização da carreira dos médicos [...] mas são medidas que têm de ser muito bem ponderadas", defendeu Pizarro, atirando em seguida: "estas duas medidas têm que ter compensações e é esse esforço que não temos visto da parte dos médicos".
Pizarro recordou ainda que "ao longo destes meses fui sempre um governo que se aproximou da vontade dos médicos" e diz não ver "sentido de se fazer greve enquanto se está sentado na mesa das negociações".
[Notícia atualizada às 13h22]
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