"A Câmara Municipal de Almada lamenta profundamente a sua morte e envia sentidas condolências à família e amigos", indicou a autarquia num comunicado.
A Câmara lembra ainda o percurso de Sara Tavares que cresceu no Pragal, em Almada, onde viveu com a avó até aos 18 anos.
Sara Tavares foi também lembrada na reunião da Câmara de Almada, que decorreu hoje, pelos vereadores de todas as forças políticas (PS, CDU, BE e PSD), tendo sido aprovados três votos de pesar pela morte da cantora e cumprido um minuto de silêncio.
"Calou-se a voz brilhante, límpida e envolvente de uma jovem mulher que apenas com 16 anos de idade, num concurso de talentos da televisão portuguesa, teve a ousadia de interpretar uma das vozes contemporâneas mais impressionantes da música norte-americana e do mundo que, ironicamente, como a Sara, partiu também demasiado cedo do nosso convívio, Whitney Houston", disse o vereador da CDU António Matos.
Já a vice-presidente da Câmara Municipal de Almada, Teodolinda Silveira, disse, lendo o voto de pesar do Partido Socialista, que foi em Almada que Sara Tavares viveu, deixando "um legado extraordinário, um herança de empatia, de candura e doçura, de uma voz suave, mas firme e assertiva".
"Ocupa um lugar matriarcal neste espaço lusófono, abrindo portas para uma geração de artistas e músicos da diáspora africana", disse.
A vereadora Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, disse que Sara Tavares deixou um marco e teve um papel imprescindível na promoção da cultura africana, levando as suas raízes cabo-verdianas em todos os seus trabalhos e ideias.
"Muito antes de se falar de Lisboa crioula, de representativa e das múltiplas conquistas feministas recentes, Sara foi pioneira, uma mulher negra que agarrou nas suas raízes e fez referência na música portuguesa, abrindo caminho para tantas cantautoras femininas, batendo de frente contra a discriminação racista e machista", disse.
Pelo PSD, o vereador Nuno Matias disse que Sara Tavares era da sua geração de Almada, sendo um orgulho para o concelho.
A cantora portuguesa Sara Tavares morreu ao final da tarde de domingo.
Ao longo do último ano tinha vindo a divulgar alguns temas novos, ao fim de cinco anos de silêncio. O mais recente tema, intitulado "Kurtidu", saiu em setembro passado pela Sony Music.
Sara Tavares, que nasceu em Lisboa em 1978, deu-se a conhecer ainda adolescente, nos anos 1990, no concurso televisivo de talentos "Chuva de Estrelas", da SIC, a interpretar um tema de Whitney Houston.
Pouco depois venceu o Festival RTP da Canção de 1994 com "Chamar as Música", tema de Rosa Lobato de Faria e João Oliveira, e com o qual obteve o oitavo lugar no Festival Eurovisão da Canção por Portugal.
Em 2011, recebeu Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e, no ano seguinte, deu continuidade à digressão internacional "Xinti", título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.
Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, "Fitxadu" (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa'Med e Kalaf Epalanga entre os convidados.
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