Jorge Dias, do Departamento de Conservação da Natureza do Norte do ICNF, disse que o objetivo desta ação passa por sensibilizar a comunidade escolar para a conservação da natureza e da floresta autóctone, face às alterações climáticas que estão a acontecer um pouco por todo o globo.
"Nós estamos a atravessar um período de alterações climáticas e de perda de biodiversidade. Neste sentido, a floresta autóctone tem um papel importante a desempenhar, porque é aquela que está mais adaptada e que melhor resiste a todos estes fatores adversos tais como o clima ou condições do território", explicou.
De acordo com este responsável, a floresta autóctone é aquela que mais resiliência demonstra em caso de incêndios florestais e na promoção da biodiversidade.
"Quando falamos em floresta autóctone é aquela que está mais adaptada ao clima. Os incêndios são umas das grandes ameaças à biodiversidade e à conservação da natureza e sem este tipo de floresta a criar mosaicos [tampões] no terreno e a diferenciar a paisagem do território" a sua prevenção e o seu combate são mais difíceis, indicou Jorge Dias.
O projeto Semear, Tratar e Plantar pretende criar uma rede que engloba as áreas protegidas e os agrupamentos de escolas onde os alunos vão semear plantas autóctones e acompanhar o seu crescimento ao longo de um ano, já que as sementes serão colocadas "em cuvetes "que vão ficar nas escolas.
"Daqui a um ano [23 de novembro de 2024] será feita a plantação destas árvores que foram criadas, acompanhadas e estudadas pelos alunos das respetivas escolas em cada uma das áreas protegidas do Norte que aderiram ao protocolo", indicou Jorge Dias.
Este projeto obriga que os alunos observem o crescimento da planta ao longo do seu ciclo inicial de desenvolvimento.
Este projeto abrange o Parque Natural de Montesinho, Parque Natural do Douro Internacional, Parque Natural do Alvão, Parque Nacional Peneda Gerês e Parque Natural do Litoral Norte.
Este projeto "inovador" está inserido no Dia Nacional da Floresta Autóctones, que se assinala na quinta-feira.
O Parque Natural de Montesinho (Bragança e Vinhais), foi o primeiro a assinar este protocolo com uma escola da sua área de envolvência, o que aconteceu na segunda-feira, e hoje foi o dia de o Parque Natural do Douro Internacional (Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo) aderir à iniciativa, seguindo-se as restante três áreas protegidas.
Leia Também: ICNF investiga eventual destruição de habitats na zona do centro de dados