Fixar médicos? "Governo sabe o que é preciso, mas escolheu não o fazer"
FNAM garante que não é com "o aumento do número de vagas para especialistas" que os médicos vão ficar no SNS.
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País Médicos
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) realçou, esta segunda-feira, que "o aumento do número de vagas para especialistas sem melhorar as condições de trabalho e as tabelas remuneratórias nada resolve no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
De acordo com a FNAM, "para fixar médicos no SNS o Governo sabe o que é preciso, mas escolheu não o fazer".
"Os médicos do SNS tinham expectativa num bom acordo com o Governo, que melhorasse efetivamente as condições de trabalho e atualizasse de forma justa a tabela salarial, mas isso não aconteceu e continuamos a ser dos médicos mais mal pagos a nível europeu e com condições de trabalho cada vez mais degradadas. Assim, e à semelhança do que testemunhamos nas vagas abertas para o internato médico, onde um quinto das 2 mil vagas ficaram por preencher, é pouco provável que as vagas abertas para os especialistas encontrem os candidatos necessários para suprir as carências no SNS. Os recém-especialistas vão continuar a sair do SNS para a emigração, setor privado, ou como prestadores de serviço para o próprio SNS", salientaram os responsáveis pela federação num comunicado enviado esta segunda-feira ao Notícias ao Minuto.
Relativamente às especialidades, a FNAM "não se percebe como em áreas tão carentes como a anatomia patológica, medicina física e reabilitação e medicina do trabalho não foram abertas quaisquer vagas, entre outras". "É igualmente inaceitável que, ao contrário da Medicina Geral e Familiar e da Saúde Pública, a contratação a nível hospitalar, vá ser direta, sem qualquer concurso ou escrutínio, ficando ao critério de cada instituição ou diretor de serviço. Este método é discricionário, desprovido de regras justas, transparentes e que garantam a equidade", disse a federação na mesma nota.
Em jeito de conclusão, a FNAM garantiu que "este Governo tinha condições, e por isso a obrigação, de resolver a situação da falta de médicos no SNS". "O que sobrou em disponibilidade orçamental faltou em vontade política, pelo que as políticas de Saúde do Ministro Manuel Pizarro deixam o SNS num estado lastimável, unicamente por sua responsabilidade", atirou.
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