Caso da gémeas. Defesa dos pais acusa médicos do Santa Maria de xenofobia

Advogado garante, ainda, que família tem recebido mensagens de ódio. "Infelizmente, colocaram a família, principalmente as crianças, numa condição de vulnerabilidade", diz causídico.

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Notícias ao Minuto
05/12/2023 10:55 ‧ 05/12/2023 por Notícias ao Minuto

País

Zolgensma

O advogado da família das gémeas brasileiras que receberam em Portugal o medicamento mais caro do mundo (Zolgensma) acusa os médicos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, de xenofobia.

Em declarações ao jornal brasileiro O Globo, Wilson Bicalho disse que a suspeita de favorecimento, que levou à abertura de uma investigação do Ministério Público (MP), foi levantada pelos profissionais de saúde.

"Ao que parece trata-se, única e exclusivamente, de uma questão de xenofobia dos médicos do Hospital de Santa Maria. As crianças são portuguesas, tiveram cidadania portuguesa uma semana antes da trágica notícia de que ambas tinham atrofia muscular espinal. Os médicos não queriam tratá-las por não serem residentes em Portugal, mas a legislação é clara quanto aos direitos de quem tem nacionalidade portuguesa", afiançou.

Segundo o advogado a repercussão do caso expôs a família. Desde que este foi tornado público, a família tem sido alvo de mensagens de ódio e xenofobia.

"Infelizmente, colocaram a família, principalmente as crianças, numa condição de vulnerabilidade que impede o regresso a Portugal neste momento. A família tem recebido mensagens de ódio e está muito preocupada", revelou ainda Wilson Bicalho.

Recorde-se que, além do MP, também a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a investigar o caso, após uma reportagem da TVI ter levantado a suspeita que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, interferiu para que as gémeas recebessem o Zolgensma, que custa (cada dose) 2 milhões de euros.

O tratamento foi realizado no Santa Maria, em Lisboa, com a oposição da equipa neuropediátrica do hospital.

A mãe das gémeas, que no início negou o favorecimento, acabou por admitir durante uma entrevista que conhecia a nora de Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República já negou diversas vezes ter tido qualquer intervenção no caso. Contudo, na noite desta segunda-feira, admitiu ter recebido um e-mail do filho, Nuno Rebelo de Sousa, presidente da Câmara de Comércio Portuguesa em São Paulo, no Brasil, que reenviou para o chefe da Casa Civil,  tendo o organismo apontado que "a prioridade é dada aos casos portugueses, daí que não tenham sido contactados, nem devam ser", uma vez que as crianças não se encontravam no país.

A partir daí, garante o Chefe de Estado,  terminou a intervenção da Presidência.

Leia Também: O email do filho e a (não) intervenção. Marcelo esclarece caso das gémeas

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