"Ciclo pode ter começado com derrota, mas vai seguir com vitória do PS"

Atirando que a receita da Direita "foi um fracasso", Costa considerou que "a alternativa da Esquerda foi claramente vitoriosa na gestão da relação com a Europa".

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Daniela Filipe
11/12/2023 13:28 ‧ 11/12/2023 por Daniela Filipe

Política

Governo

O primeiro-ministro em gestão, António Costa, mostrou-se "perplexo" com a intervenção da vice-presidente da bancada do Partido Social Democrata (PSD), Catarina Rocha Ferreira, tendo salientando, no debate preparatório do Conselho Europeu, que "este ciclo político pode ter começado com a derrota do Partido Socialista (PS), mas vai seguramente prosseguir com uma vitória".

"Se houve coisa que estes anos de governação demonstraram foi derrota em toda a linha da Direita e a sua visão sobre a Europa", disse, durante uma intervenção no seu último plenário.

E concretizou: "A visão da Europa da austeridade foi esmagada por esta ação governativa, que demonstrou que era possível aumentar salários sem vir o diabo, aumentar pensões sem haver ruturas nas finanças públicas, desenvolver o estado social tendo finanças públicas equilibradas e a dívida a reduzir."

Atirando que a receita da Direita "foi um fracasso", Costa considerou ainda que "a alternativa da Esquerda foi claramente vitoriosa na gestão da relação com a Europa".

Na ótica do chefe do Governo, "a atitude de Portugal com a Europa mudou" com a sua governação, uma vez que o país deixou "de estar de joelhos e com posição subserviente e passou a ter uma posição construtiva".

"No seio da Europa, a nossa voz é ouvida e respeitada. […] Este ciclo político pode ter começado com uma derrota do PS, mas vai seguramente prosseguir com vitória do PS no próximo dia 10 de março", rematou.

Sublinhe-se que, na sua intervenção, Catarina Rocha Ferreira despediu-se "desta era socialista", que começou "com uma derrota do PS" e deu origem à ‘geringonça’.

A deputada apontou ainda que a maioria absoluta do PS "não faz esquecer os momentos" em que os socialistas tiveram o apoio parlamentar de PCP e BE, "partidos que são contra a construção europeia e o projeto europeu".

"Quer na forma como começam, quer na forma como acabam, não há grandes motivos para orgulho", disse, apelando a "uma maioria do PSD" para a defesa da Europa.

António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a 7 de novembro, devido a uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio, que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça que o visa.

O chefe de Estado aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e formalizou a demissão do Governo na passada quinta-feira, dia 7 de dezembro, com efeitos a partir de dia 8. Por seu turno, apontou a dissolução do Parlamento para 15 de janeiro, no contexto das eleições legislativas antecipadas, marcadas para 10 de março.

Leia Também: Costa "magoado" e "frustrado". "Parágrafo [da PGR] foi determinante"

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