O vaticínio do chefe da diplomacia portuguesa em exercício foi feito em declarações aos jornalistas à margem da reunião dos titulares da pasta da União Europeia (UE), hoje realizada na capital belga e na qual a questão foi debatida.
Em relação ao pacote financeiro de 50 mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia, no âmbito da guerra lançada pela Rússia em fevereiro de 2022, o ministro salientou acreditar que a questão "vai ocupar muito do tempo dos chefes de Estado e de Governo" dos 27 do bloco europeu que estarão reunidos a partir de quinta-feira em Bruxelas, nomeadamente devido ao veto da Hungria à verba.
Mantendo um tom otimista, Gomes Cravinho recordou que "em outros momentos a UE soube contornar situações em que um país exercia um veto", destacando a possibilidade de serem pensados "mecanismos alternativos".
"Mas o plano A é convencer a Hungria", prosseguiu, salientando no entanto: "Se não for possível, não podemos continuar bloqueados".
A par da verba de apoio à recuperação da Ucrânia, a questão da adesão de Kiev ao bloco europeu é outra matéria em destaque.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, alertou hoje, em Bruxelas, para o que considerou serem "consequências devastadoras" se a UE não chegar a um consenso sobre a abertura de negociações de adesão do país.
A Ucrânia obteve o estatuto de país candidato em meados de 2022, quando se encontrava já em guerra com a Rússia, que iniciou a invasão do seu território a 24 de fevereiro desse ano.
A cimeira da UE está agendada para quinta e sexta-feira, em Bruxelas, estando Portugal representado pelo primeiro-ministro em exercício, António Costa.
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