Num comunicado, a GNR revela que vai colocar no terreno a Operação "Clean Water" (água limpa), "com o objetivo de prevenir, dissuadir, detetar e identificar os autores de descargas ilegais para os recursos hídricos".
"Face às atuais condições meteorológicas, especialmente devido à elevada precipitação que se tem feito sentir, é previsível o aumento de descargas para o domínio hídrico, uma vez que vigoram proibições de valorização agrícola de efluentes, nomeadamente o espalhamento de efluentes em dias de chuva e em solos com excesso de água", explica o Comando Territorial de Leiria da GNR.
Segundo a GNR, através dos elementos do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente de Leiria, vão ser "efetuadas ações diárias e ininterruptas de monitorização da bacia hidrográfica do rio Lis nos concelhos de Leiria, Marinha Grande, Batalha e Porto de Mós, por forma a fazer face às descargas diretas e indiretas de efluentes provenientes da indústria transformadora, bem como das atividades agrícolas e pecuárias, que possuem bastante representatividade na região".
"Muitos dos cursos de água da bacia hidrográfica do rio Lis têm as suas margens com vegetação muito densa, impedindo desta forma uma fiscalização e verificação das condições do leito em toda a sua extensão, sendo por isso adotado o modelo de patrulhamento no interior dos recursos hídricos, que se tem revelado eficaz na deteção de ilícitos desta natureza", esclarece a GNR.
A GNR adianta que esta operação vai também envolver "a Secção de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário de Leiria, através da introdução de temas associados à proteção dos recursos hídricos e poluição dos solos nas diversas ações de sensibilização, não só nas escolas, como no seio da comunidade em geral, através do Plano Integrado de Policiamento, Prevenção e Segurança".
À agência Lusa, fonte da GNR explicou que a operação, com a duração de quatro meses, até 15 de abril, é a terceira, depois de ações semelhantes desenvolvidas em 2020 e 2021.
"Esta operação tem a parte preventiva e a parte de fiscalização", afirmou esta fonte.
De acordo com este responsável da GNR, desde 01 de janeiro até ao terceiro trimestre deste ano, a GNR registou 38 denúncias de descargas ilegais para o domínio hídrico e poluição dos solos nestes quatro concelhos, território "onde há uma grande concentração de pecuárias e de recursos hídricos", considerando o número preocupante.
"Muitas das denúncias que chegam à GNR partem de cidadãos que estão mais sensibilizados para estas questões e do bom serviço de prevenção da GNR", acrescentou.
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