"Depois de um longo e difícil processo negocial -- que é bem o testemunho da dificuldade que ainda existe em nos comprometermos com a construção do bem comum --, foi possível chegar a um princípio de acordo na COP 28 que, se bem não tenha ido tão longe quanto desejaríamos, não pode deixar de ser saudado como muito positivo", desataca a Comissão Nacional Justiça e Paz, órgão dependente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), sobre o acordo saído da recente cimeira do clima realizada no Dubai.
Para o órgão liderado pelo juiz desembargador Pedro Vaz Patto, "mais do que discutir o que poderia ter sido alcançado e não foi", agora é o momento de começar "a traduzir em decisões e gestos concretos o que foi acordado".
Assim, a CNJP interpela todos os cidadãos a que, na medida das suas possibilidades, possam assumir a parte que lhes compete", sublinhando "a necessidade de mudança nos estilos de vida, dando lugar à sobriedade e promovendo o exercício do cuidado da casa comum".
"A resposta articulada ao nível das nações é indispensável, e tem de ser exigida por parte de todos os cidadãos, mas não chega, devendo ser complementada e incentivada pelo compromisso de cada um", acrescenta a Comissão, assumindo o apelo do Papa Francisco feito no início dos trabalhos da COP.
"Com veemência, vos peço: escolhamos a vida, escolhamos o futuro! Escutemos os gemidos da terra, dêmos ouvidos ao grito dos pobres, prestemos atenção às esperanças dos jovens e aos sonhos das crianças! Temos uma grande responsabilidade: garantir que não lhes seja negado o próprio futuro", escreveu o Papa no discurso lido pelo Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin. Francisco não esteve presente, ao contrário do previsto, por razões de saúde.
O documento final da COP28 apela para a "transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de forma justa, ordenada e equitativa, acelerando a ação nesta década crucial, a fim de alcançar a neutralidade de carbono em 2050 em acordo com recomendações científicas".
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