Lacerda Sales admite reunião com filho de Marcelo sobre gémeas

O antigo secretário de Estado da Saúde garantiu que disse a Nuno Rebelo de Sousa que trataria o caso das crianças luso-brasileiras "como todos os outros, sem privilégio".

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© Carlos Pimentel/Global Imagens

Notícias ao Minuto
21/12/2023 23:53 ‧ 21/12/2023 por Notícias ao Minuto

País

Caso das gémeas

O antigo governante e deputado Lacerda Sales confirmou que ficou a conhecer do caso das gémeas luso-brasileiras após uma reunião com o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, reafirmando, contudo, que não esteve envolvido na marcação da consulta das crianças.

Em entrevista ao Expresso, o antigo secretário de Estado da Saúde afirmou que teve uma reunião com Nuno Rebelo de Sousa a 7 de novembro de 2019, a pedido do filho do chefe de Estado, altura em que ficou a conhecer o caso das irmãs. A reunião, esclareceu Lacerda Sales, foi-lhe pedida uma reunião para "apresentação de cumprimentos", desconhecendo até essa data a existência das gémeas com atrofia muscular espinal.

"Fez o pedido ao meu gabinete, com o objetivo de apresentar cumprimentos, dado que não o conhecia", esclareceu Lacerda Sales.

O antigo membro do Governo, na altura secretário de Estado, explicou que Nuno Rebelo de Sousa contou-lhe que conhecia duas crianças brasileiras que precisavam de um medicamente para a doença, e que o filho do Presidente da República lhe perguntou qual era a amplitude do seu poder e até onde poderia chegar o caso.

"Dei-lhe informação que trataria este caso como todos os outros, sem privilégio, porque todos os processos que me chegavam formalmente constituídos sinalizavam para as diferentes institui­ções. E foram centenas", garantiu Lacerda Sales.

O deputado socialista vincou ainda que não recebeu documentos ou informações sobre o processo clínico das crianças e repetiu que não teve qualquer qualquer intervenção na marcação da consulta.

Filho de Marcelo (também) não vai à AR. As reações após novo chumbo do PS

O PS chumbou as audições parlamentares do filho de Marcelo Rebelo de Sousa, de Marta Temido, de António Lacerda Sales e dos pais das gémeas luso-brasileiras que foram tratadas no Santa Maria. A IL acusou o PS de chumbar "aquilo que é incómodo". Já o Chega decidiu chamar a "título de urgência e de forma potestativa, a ministra da Justiça".

Notícias ao Minuto com Lusa | 18:41 - 20/12/2023

A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ao Notícias ao Minuto que está a investigar o caso, que arrancou no mês de novembro. "O processo encontra-se em investigação no Departamento Central de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa e, por ora, não corre contra pessoa determinada", indicou.

As duas meninas, cujo pedido de nacionalidade portuguesa ficou concluído em 14 dias, começaram a ser tratadas em Portugal no início de 2020. A TVI avançou que o chefe de Estado fez referência à situação das gémeas em e-mails com um neuropediatra, em 2019, e que a família das meninas será conhecida do filho e da nora de Marcelo Rebelo de Sousa.

No início deste mês de dezembro, o Presidente da República, que garantiu anteriormente que não se recordava "minimamente" de como a trama tinha começado, confirmou que, a 21 de outubro de 2019, recebeu um e-mail do filho, Nuno Rebelo de Sousa, sobre a situação das meninas, que era "uma corrida contra o tempo".

[Notícia atualizada às 23h58]

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