"Quero pedir desculpa a todos os ofendidos", disse o arguido em declarações ao coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto, onde começou hoje a ser julgado por dois crimes de tentativa de homicídio.
O arguido explicou que nunca teve intenção de magoar ou matar alguém, querendo apenas assustar quem estava no interior do bar depois de, no exterior, ter sido agredido na sequência de uma discussão.
E reforçou: "Sentia-me humilhado, depois de ter sido agredido, e queria assustá-los [agressores] pelo que me fizeram".
Questionado pela juíza sobre o que se passou na noite em que aconteceu o crime, o suspeito explicou que foi levar um amigo ao bar, onde este ia buscar a namorada, que se envolveu numa discussão com alguns clientes no exterior.
Para o defender, o arguido assumiu ter ido buscar uma arma ao carro, que era do sogro, e ter disparado uma vez para a porta e duas vezes já no interior.
Apesar de assumir os disparos, o arguido salientou que foi tudo muito rápido e que estava muito escuro no interior do estabelecimento, não tencionando atingir ninguém em específico.
"Nunca faria isso se estivesse no meu juízo, estava desaustinado", confessou.
Por sua vez, o gerente do bar, que sofreu ferimentos no pescoço, contou que o arguido entrou a disparar no interior do bar, aparentado estar muito nervoso.
Naquela ocasião, acrescentou, estariam cerca de 20 pessoas naquele espaço de diversão noturna.
O cliente atingido pelos tiros, que havia tido uma desavença com o amigo do arguido, garantiu que o mesmo apontou na sua direção por duas vezes.
Em resultado disso, o ofendido ressalvou ter ficado a coxear, dado ter sido atingido numa perna, e ficado com dores permanentes, apesar de já ter sido operado.
"Tenho dores todos os dias, em princípio vou ser operado outra vez, faço diariamente fisioterapia, não consigo conduzir, correr ou jogar futebol", concluiu.
A segunda audiência de julgamento ficou agendada para dia 18 de janeiro, pelas 14h00.
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