Domingos Andrade é um "dos grandes responsáveis pela queda do JN"

O presidente executivo da Global Media, José Paulo Fafe, acusou hoje o ex-diretor da TSF Domingos Andrade de ser "um dos grandes responsáveis pela queda" do Jornal de Notícias (JN), título que teve uma estratégia "errada".

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© Global Imagens

Lusa
09/01/2024 20:43 ‧ 09/01/2024 por Lusa

Economia

José Paulo Fafe

José Paulo Fafe falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação na Global Media Group (GMG).

Durante a audição, em resposta a questões de deputados, o gestor salientou "se alguém desvalorizou o JN foi quem contribuiu" para que o jornal entre 2019 e 2023 passasse de uma média de vendas de 31 mil para 14,926.

"Todos os anos foi descendo, não gosto de mentir, o JN vende uma média de 14 mil exemplares", prosseguiu, dando exemplos: vende em Viana uma média diária de 773 exemplares, na Guarda 46, em Aveiro 1.516, em Lisboa 433, Évora 12 e Faro 101.

Ao todo, disse, o JN tem ao seu serviço 160 pessoas, dos quais 90 colaboradores, enquanto o Correio da Manhã, "no seu todo", conta com "220 jornalistas", disse.

"Domingos Andrade é um dos grandes responsáveis pela queda do JN, houve uma estratégia para o JN errada quando se quis transformar" um título "com ADN fortíssimo de informação regional, com certa presença nacional" numa "referencia nacional", apontou.

O resultado "está aqui à vista" e o mesmo Correio da Manhã, hoje, "só região Norte vende mais que o JN em todo o país", rematou.

Durante a audição, a mais longa no âmbito da atual situação da GMG, José Paulo Fafe contou ainda que Domingos Andrade pediu uma "indemnização de 130 mil euros", mas que o fundo decidiu que "não paga rigorosamente nada", uma vez que não tinha "qualquer remuneração enquando administrador".

"Eu aceitei, sim, duas exigências de Domingos Andrade", de usar o Tesla, que custa 1.800 euros mensais, até final de 2024 e manter o seguro de saúde que ele tinha, relatou.

Entretanto, prosseguiu, foi pedido que se trocasse o Tesla por híbrido, algo que "ele não aceitou".

Contou também que há "várias situações de pessoas que possuíam carros elétricos distribuídos pela Global Media e ao mesmo tempo usavam cartão de combustível" para encher depósitos de gasóleo, com uma média mensal de 600 euros, "uma dessas pessoas é o Domingos Andrade".

"Não acho normal o senhor Domingos Andrade ou qualquer outra pessoa ter acumulado as funções de diretor editorial, administrador executivo" da Global Media e "diretor da TSF", criticou.

"Como também não acho normal, e isto foi contado pela própria, que enquando diretor editorial da Global Media tenha dado instruções à então diretora do DN dizendo que estava terminantemente proibida de contactar quer o gabinete do primeiro-ministro, quer a presidência da República", acrescentou.

[Notícia atualizada às 06h49]

Leia Também: Presidente executivo da GMG manifesta "angústia" pela falta de salários

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