O ministro da Administração Interna José Luís Carneiro foi recebido, esta sexta-feira, por um protesto silencioso de elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR), num evento de entrega de viaturas à GNR, em Queluz de Baixo.
Depois de elencar investimentos nos recursos humanos das forças de segurança, para 2024, frisou que o "Governo está a entrar numa fase de gestão e não tem agora condições para poder dar resposta a muitas das questões que estão a ser colocadas".
"Agora é necessário preparar, nos programas eleitorais dos diferentes partidos esses compromissos", frisou em declarações aos jornalistas.
Relembrando os investimentos que estão em curso para 2024 e o aumento de mais de 20% nos salários forças de segurança até 2026, José Luís Carneiro salientou que "este caminho de valorização das condições remuneratórias deve continuar na próxima legislatura".
Algumas dezenas de elementos da PSP e da GNR concentraram-se hoje em silêncio à entrada da Escola Prática da GNR, em Queluz, para receber o ministro nas instalações.
Com cartazes, alguns polícias vestiam uma camisola preta onde se lia "ilusionista".
Para explicar a inscrição nas camisolas, o presidente da Associação Nacional dos Sargentos da Guarda, José Lopes, disse à Lusa que o ministro teve durante o seu mandado uma "postura propagandista".
"O ministro é um ilusionista incapaz. Alguém que nunca mostrou capacidade para estar à frente do Ministério da Administração Interna. Não tem competência", afirmou José Lopes, frisando que José Luís Carneiro "foi uma nulidade" à frente do MAI.
O presidente da associação que representa os sargentos da GNR disse ainda que os protestos vão continuar.
Os polícias voltaram hoje, pelo quinta dia consecutivo, aos protestos, numa iniciativa que começou com um agente da PSP em frente à Assembleia da Republica, em Lisboa, e está a mobilizar cada vez mais elementos da PSP e da GNR, bem como da guarda prisional.
A contestação dos elementos da PSP e dos militares da GNR teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da PSP e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.
Esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna.
Os protestos dos polícias estão a ser organizados através de redes sociais como Facebook e Telegram.
[Notícia atualizada às 14h07]
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