Segundo José Manuel Bolieiro, os valores apurados pelo executivo açoriano são ainda "muito preliminares".
O presidente do Governo, que falava hoje aos jornalistas no Palácio de Santana, em Ponta Delgada, São Miguel, no final de uma reunião extraordinária do Conselho do Governo, realizada por via digital, disse que o executivo tem em consideração "que os prejuízos vão ser necessariamente detalhados, avaliados, com o máximo rigor e também feita uma cronologia relativamente às necessidades de intervenção preventiva e prudencial e de reparação mais emergente".
Segundo Bolieiro, os prejuízos estão referenciados "quer nas infraestruturas portuárias, quer igualmente, em terra, por causa dos deslizamentos".
"Alguns prejuízos [estão] ligados ao domínio dos caminhos agrícolas, florestais, reservatórios de água, muros, deslizamentos e prejuízos em estradas e em vias que afetam quer áreas de responsabilidade regional, quer áreas de responsabilidade municipal", enumerou.
O líder do Governo dos Açores adiantou que determinou a "máxima urgência" no levantamento dos prejuízos.
Houve já uma definição preliminar do que está destruído em infraestruturas portuárias, acessibilidades terrestres, em valências agrícolas, florestais e empresariais (comércio e serviços).
"Nós apontamos já, de uma forma preliminar, para prejuízos que vão superar a dezena de milhões de euros (...), mas o que eu estimo, nestas situações, é que será muito mais do que é o levantamento preliminar", admitiu.
Segundo José Manuel Bolieiro, o presidente da Câmara Municipal da Horta (ilha do Faial) já fez um levantamento também preliminar dos danos no concelho, tal como a empresa Portos dos Açores e as secretarias Regionais do Mar e das Pescas, da Agricultura e Desenvolvimento Rural e do Ambiente e Alterações Climáticas.
O responsável adiantou que o Governo dos Açores realizou hoje um Conselho extraordinário para fazer o levantamento preliminar dos prejuízos e inteirar-se da situação causada na região pela depressão Hipólito.
Bolieiro também decidiu hoje criar uma equipa de membros do Governo que estará no terreno para orientar os serviços no levantamento dos prejuízos, que será coordenada pelo vice-presidente do executivo, Artur Lima.
O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) registou 60 ocorrências em sete ilhas dos Açores, exceto Santa Maria e Corvo, disse.
As ocorrências registaram-se em São Miguel (20), Terceira (cinco), Graciosa (sete), São Jorge (cinco), Pico (12), Faial (10) e Flores (uma).
"Todas elas estão resolvidas", disse, excetuando a via rodoviária Angústias -- Atlético Clube (Horta), que está condicionada "por prudência".
Os transportes de passageiros e de cargas por via marítima também já foram retomados.
O presidente do Governo Regional adiantou que não há a registar prejuízos pessoais, nem necessidade de realojar famílias.
O IPMA mantém o aviso amarelo para as ilhas do grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria), entre as 23h00 locais de hoje (00h00 de sábado em Lisboa) e as 14h00 locais de sábado (15h00 em Lisboa), devido à precipitação por vezes forte.
O aviso amarelo é emitido sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
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