IPSS de Braga "no fio da navalha" vão pedir ajuda a Marcelo

O presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) de Braga alertou hoje que aqueles organismos vivem "no fio da navalha" em termos de sustentabilidade financeira, uma situação agravada com a subida do salário mínimo.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
23/01/2024 11:47 ‧ 23/01/2024 por Lusa

País

IPSS de Braga

Em declarações à Lusa, José Antunes disse que ou as comparticipações do Estado para os acordos de cooperação sobem para os 50%, ou então as IPSS podem ter de cortar nas respostas sociais que dão à comunidade.

"Estamos literalmente no fio da navalha. É o aumento do salário mínimo, é a inflação, são os custos da eletricidade, é toda uma série de fatores que nos deixam em sérias dificuldades", referiu.

Ressalvou que "obviamente" concorda com o aumento do salário mínimo, mas disse que as IPSS precisam de apoio para suportar mais esse encargo adicional.

Na quarta-feira, a União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) de Braga vai ter uma audiência com o Presidente da República, para lhe dar conta das preocupações das IPSS.

A UDIPSS de Braga tem cerca de 300 associados, com capacidade para 55 mil utentes.

No total, conta com 44 mil acordos de cooperação com a Segurança Social.

"Neste momento, a comparticipação estatal anda à volta dos 40%, mas urge que esse valor suba rapidamente para os 50%, em nome da sustentabilidade financeira das IPSS", apontou José Antunes.

Para este responsável, é também preciso acelerar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com o pagamento atempado das comparticipações aprovadas.

"Muitas vezes, com os atrasos que se têm registado, as comparticipações chegam quando o preço dos bens a adquirir já aumentou consideravelmente, o que se traduz num óbvio prejuízo", referiu.

José Antunes disse ainda que vai alertar Marcelo Rebelo de Sousa para a necessidade de consagrar o "direito à proteção social" na Constituição.

A necessidade de construção de mais lares residenciais para deficientes e a criação de condições financeiras para a contratação de mais técnicos são outras questões que as IPSS de Braga vão fazer chegar ao Presidente da República.

Leia Também: Centro Social em Aveiro pode fechar portas por dificuldades financeiras

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