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"Não me vou demitir porque vou colaborar com a Justiça"

O presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, reagiu, esta quarta-feira, às suspeitas de corrupção de que é alvo.

"Não me vou demitir porque vou colaborar com a Justiça"
Notícias ao Minuto

16:28 - 24/01/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Miguel Albuquerque

O presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, reagiu, esta quarta-feira, às suspeitas de corrupção de que é alvo, afirmando: "Não me vou demitir porque vou colaborar com a Justiça".

"O governo regional e eu próprio estamos a colaborar de forma ativa e consistente com os senhores agentes da polícia judiciária e com os senhores procuradores, no sentido de fornecermos todos os elementos necessários ao esclarecimento desta situação", começou por referir Miguel Albuquerque, em declarações aos jornalistas na Quinta Vigia, sede da Presidência do Governo Regional, no Funchal.

O líder do executivo regional (PSD/CDS-PP) continuou, frisando que não tenciona demitir-se, mesmo que venha a ser constituído arguido, e que está de "consciência tranquila". "Se for constituído arguido, vou ficar, porque eu tenho de apresentar a minha defesa", acrescentou ainda.

Questionado sobre a detenção de Pedro Calado, presidente da Câmara do Funchal, Albuquerque respondeu: "Detido é uma palavras que pode ter várias interpretações. Pode ser detido para ser ouvido". Na ótica de Miguel Albuquerque, Pedro Calado "é um político com grande qualidade, tem feito um trabalho extraordinário no Funchal".

Sobre o caso que o envolve, o presidente do governo regional da Madeira sublinhou ainda que o poder judicial ainda não o contactou, uma vez que o caso se encontra "em fase de inquérito".

"Do meu ponto de vista não houve corrupção nenhuma. Nunca tive um caso de corrupção nem vou ter na minha vida. A mim ninguém me compra. Nunca roubei nada a ninguém, nunca pedi dinheiro a ninguém, nunca ninguém me comprou e o meu governo continua a governar, que é o que interessa", atirou ainda.

De acordo com Miguel Albuquerque, que afirmou não ter sido constituído arguido, estão a ser investigados o concurso relativo ao teleférico do Curral das Freiras, o licenciamento da Praia Formosa e o concurso dos autocarros da região autónoma.

"Uma situação de inquérito não diminui os direitos de ninguém, nem diminui muito menos os direitos dos titulares de cargos políticos", disse, vincando que o estatuto de arguido é conferido para defesa dos cidadãos e que, no seu caso, tem direito, como qualquer outro, de "não ser suspeito eternamente".

Albuquerque assegurou, por isso, que todos os elementos solicitados pelas autoridades serão fornecidos.

"Do ponto de vista político, quero dizer que fui 19 anos presidente da Câmara [do Funchal], estou quase há nove anos como presidente do Governo [desde 2015], nunca fui acusado de nada e sempre tive a minha independência económica e sempre tive uma postura correta perante os empresários e perante a sociedade", declarou.

Recorde-se que o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, o presidente do Conselho de Administração do Grupo AFA, Avelino Farinha, e o líder do grupo AFA em Braga, Caldeira Costa, foram detidos, esta quarta-feira, na sequência das mais de 100 buscas realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP) em vários locais da Madeira e do continente, por suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, abuso do poder, entre outros crimes.

As informações foram avançadas pela CNN Portugal e pelo Observador, que indicou que os suspeitos serão levados à presença de um juiz de instrução criminal para serem alvo de medidas de coação.

O presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, também é um dos visados da megaoperação policial, que conta com mais de uma centena de inspetores da PJ e de procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal em três processos distintos, que contemplam algumas das mesmas personalidades. 

De acordo com a CNN Portugal, Albuquerque é suspeito de atentado ao Estado de Direito por alegado condicionamento editorial de órgãos de comunicação social e de controlo financeiro de jornais regionais, através de privados ligados ao seu Executivo. Aquele meio indicou que o responsável pretendia condicionar notícias desfavoráveis.

[Notícia atualizada às 20h31]

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