Porto. Projeto para ex-toxicodependentes empregou maioria dos assistidos

Dez anos cumpridos sobre o início do Projeto Incluir, no Porto, de reinserção de indivíduos com percursos marcados por comportamentos aditivos, a maior parte das 400 pessoas apoiadas "entrou no mercado de trabalho", revelou hoje à Lusa a coordenadora.

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Lusa
21/02/2024 08:51 ‧ 21/02/2024 por Lusa

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Toxicodependência

O projeto da Associação de Solidariedade e Ação Social (ASAS) de Ramalde, no Porto, funciona desde fevereiro de 2014, sendo cofinanciado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), refere a informação disponibilizada pelo ASAS.

A intervenção, prossegue o documento, acontece em três polos: Oriental (freguesia do Bonfim e de Campanhã - Bairro do Cerco), Ocidental (freguesia de Lordelo do Ouro) e Central (freguesia de Ramalde e União de freguesias do Centro Histórico do Porto).

"O grupo-alvo está associado a percursos longos de consumos de substâncias psicoativas, maioritariamente provenientes de famílias desestruturadas e em situação de vulnerabilidade social, socialmente estigmatizados e com poucas expectativas pessoais e profissionais face ao futuro", descreve a coordenadora.

Segundo Daniela Couceiro, trata-se de pessoas que "apresentam uma elevada taxa de desemprego, a maioria é beneficiária de Rendimento Social de Inserção e têm lacunas ao nível das competências escolares e profissionais, com dificuldades de empregabilidade e défice de competências pessoais e sociais".

Assinala a responsável do ASAS que as famílias "são também alvo de ação, na medida em que muitas se caracterizam por padrões relacionais muito disruptivos".

O projeto, cujos resultados serão hoje apresentados no Porto, estende-se entre o acompanhamento social, visitas domiciliárias, mediação, satisfação das necessidades básicas, promover a integração formativa e/ou laboral, treino de competências, área de dia, sinergias, competências de emprego e formação e prevenção da recaída, descreve o comunicado.

Enfatiza a responsável ser objetivo "que os indivíduos sejam munidos de técnicas de autocontrolo e automonitorização e identifiquem fatores de risco/proteção no seu processo de reinserção".

Para o efeito, continua Daniela Couceiro, o projeto trabalha com "mais de 40 parceiros de diferentes áreas, nomeadamente, segurança social, centros de respostas integradas, hospitais, empresas de formação e de trabalho".

"A maioria das 400 pessoas que apoiámos ao longo dos 10 anos encontra-se no mercado de trabalho e até há casos de quem se tenha divorciado pelas circunstâncias da vida e que, após receber o nosso apoio, tenha voltado para a família nuclear", relatou a coordenadora.

O projeto encontra-se a meio do seu terceiro ciclo, explicando a coordenadora que cada ciclo tem quatro anos e é avaliado a cada dois, no sentido de perceber a sua evolução e materialização, sendo que a ansiedade existe e está sempre associada "ao facto de deixarem de abrir candidaturas" que permitam a chegada dos apoios necessários à sua manutenção.

Atualmente com "217 processos abertos, que incluem ex-presidiários e pessoas com comportamentos aditivos", o projeto do ASAS é garantido seis dias por semana por duas educadoras sociais, uma psicóloga e uma assistente social, sublinhou Daniela Couceiro.

Leia Também: Atrasos na resposta à toxicodependência "são imputáveis ao Governo"

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