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Importância da prevenção do cancro digestivo em destaque no IPO do Porto

O Instituto Português de Oncologia do Porto, a Europacolon Portugal e a Digestive Cancers Europe promovem, segunda-feira, uma sessão focada na prevenção do cancro digestivo, uma doença que mata 24 pessoas por dia em Portugal, foi hoje divulgado.

Importância da prevenção do cancro digestivo em destaque no IPO do Porto
Notícias ao Minuto

08:46 - 23/02/24 por Lusa

País IPO

"Para prevenir a doença, os portugueses devem adotar comportamentos saudáveis e aderir às medidas de rastreio ou de diagnóstico precoce, designadamente conhecendo se pertencem a grupos de risco", sublinhou o diretor do Departamento de Medicina do IPO do Porto, Mário Dinis Ribeiro.

De acordo com os dados mais atualizados do Registo Oncológico Nacional (RON), referentes a 2020, o cancro digestivo representa 25% da incidência global do cancro e 35% de todas as mortes relacionadas com o cancro.

Em Portugal, estima-se que até 2050 a incidência de cancro digestivo aumente 25%.

Em declarações à agência Lusa, e em antecipação do 'Cancro Digestivo - Abordagens Atuais e Futuras Centradas na Prevenção' que decorre segunda-feira no IPO do Porto, o gastrenterologista referiu que o cancro digestivo "tem registado aumento nos últimos anos".

Em causa está uma doença que representa aproximadamente 12% da mortalidade portuguesa e agrega os tipos de cancro do cólon e do reto, estômago, fígado, pâncreas e esófago.

Na região Norte, em particular, a maior incidência reflete-se no cancro do estômago, não existindo, no entanto, "uma explicação certa ou única", disse o especialista.

"Pode estar associado a fatores genéticos e hábitos alimentares muito próprios do Norte. É um facto, mas não se consegue dizer porquê", referiu Mário Dinis Ribeiro, sublinhando sempre a importância da prevenção.

"Não fumar, praticar exercício físico, não consumir álcool, fazer uma dieta saudável, ou seja pobre em sal e evitando as carnes vermelhas e as carnes fumadas, aderir aos programas de rastreios e à mínima queixa ou suspeita procurar o médio assistente", frisou.

Questionado sobre os programas de rastreio, Mário Dinis Ribeiro explicou que só existe um definido, o do intestino grosso, e que há a sugestão da União Europeia para se explorar programas piloto para o cancro do estômago.

"Não há demonstração de custo/benefício, de uma perspetiva social, para rastreios ao esófago, pâncreas e fígado. Portanto, as pessoas que têm fatores de risco acrescidos devem fazer despistagem específica nesses campos. Mas, para o intestino grosso, a mensagem fundamental é: adiram, façam. O cancro do intestino grosso representa uma em cada 20 mortes portuguesas", apontou.

Igual apelo faz o presidente da Europacolon Portugal, Vítor Neves, que lamenta que "um problema de saúde pública gravíssimo em Portugal não esteja a merecer o apoio e cuidado e dos decisores políticos".

"Têm de colocar instrumentos de prevenção de forma inteligente ao dispor dos cidadãos. Os números estão a crescer. E temos de aproveitar o interesse europeu na saúde oncológica. Temos de esquecer o passado, olhar para o futuro e arranjar as medidas para que o rastreio do cancro do intestino se implemente no país de uma forma igual e que hajam tratamentos disponíveis para o tratamento dos casos positivos. Em suma vontade de que não morram 24 pessoas por dia com esta doença", disse Vítor Neves.

À Lusa, o presidente da Europacolon Portugal destacou, ainda, o papel das unidades de cuidados de saúde primários e dos médicos de família e defendeu o aumento da comunicação com uma linguagem descodificada.

A Europacolon Portugal dedica-se à luta pelos direitos dos doentes, à promoção de um acesso equitativo e rápido a tratamentos avançados, à busca pela melhoria da qualidade de vida dos pacientes e à procura da implementação dos rastreios de base populacional disponíveis.

A iniciativa de segunda-feira, que é pública e não carece de inscrição prévia, dirige-se a especialistas, não especialistas, doentes, familiares, cuidadores, sobreviventes, e população em geral.

Leia Também: Investigadores conseguem mapear comunicação do cancro do pâncreas

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