Costa garante "apoio à Ucrânia", mas nega envio de soldados da NATO
O primeiro-ministro participou numa reunião, promovida pela presidente francês, com líderes internacionais sobre o apoio à Ucrânia.
© Lusa
País António Costa
O primeiro-ministro, António Costa, assegurou, esta segunda-feira, após uma reunião promovida pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris, que apesar de se entrar no terceiro ano da invasão russa "estamos firmes no apoio à Ucrânia". Ainda assim, Costa negou o envio de militares da NATO para o território ucraniano ocupado.
"Entrámos no terceiro ano de guerra na Ucrânia e era fundamental manifestar o sentido de unidade com os nossos aliados americanos, canadianos, britânicos, os membros da União europeia, no apoio à Ucrânia para criar as condições para que exista uma paz justa e duradoura", afirmou Costa.
O primeiro-ministro referiu que o envio de soldados da NATO para a Ucrânia não foi um tema abordado na reunião. “Não há nenhum cenário onde essa questão se tenha colocado nem vejo que qualquer país da NATO o deva fazer”, afirmou. Costa realçou ainda que se tal acontecesse teria de ser uma "decisão tomada coletivamente".
António Costa comparou aindaa invasão russa da Ucrânia à ocupação de Timor-Leste pela Indonésia, afirmando esperar que o direito internacional "prevaleça" em território ucraniano.
"Nós portugueses temos, aliás, um bom motivo para compreender a importância de defender, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, o primado do direito internacional. Todos nos recordamos que, durante muitos anos, Timor-Leste foi um território ocupado ilegalmente pela Indonésia e houve momentos em que Portugal esteve sozinho na cena internacional a bater-se pela defesa do direito à autodeterminação do povo de Timor-Leste", mas "quando muitos já acreditavam que não era possível, a verdade é que o direito internacional prevaleceu e essa é de melhor demonstração de que o direito internacional é a grande arma dos pequenos países e dos povos que querem ser livres e viver em paz", declarou António Costa.
Sobre as declarações de Emmanuel Macron, que afirmou no arranque da reunião que os líderes internacionais, incluindo da União Europeia, devem preparar-se "para que a Rússia ataque" estes países, devendo por isso "fazer mais" para apoiar a Ucrânia de forma a que ganhe a guerra, António Costa sublinhou que "não é momento de fazer especulações".
"Temos de nos preparar para os diferentes riscos, mas com uma determinação grande e com a consciência de que a forma como hoje soubemos demonstrar a capacidade de apoiar o esforço extraordinário do povo ucraniano na sua própria defesa, na defesa do direito internacional, é a melhor defesa que nós dizemos para o nosso próprio no futuro", concluiu.
Recorde-se que Macron promoveu uma reunião de alto nível para "analisar os meios disponíveis para reforçar a cooperação entre os parceiros no apoio à Ucrânia", segundo a Presidência francesa.
O encontro contou com líderes ou representantes de países da União Europeia (UE) e de outros, e serviu para "estudar os meios disponíveis para reforçar a cooperação entre os parceiros que apoiam a Ucrânia", adiantou o Eliseu.
[Notícia atualizada às 22h09]
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