O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, pretende abordar o caso do desaparecimento da cidadã irlandesa Jean Tighe com o primeiro-ministro português em gestão, António Costa.
De acordo com o jornal irlandês Extra.ie, a família de Jean, que desapareceu há quase quatro anos em Cascais, apelou ao governo irlandês que instasse o seu homólogo português a pedir às autoridades lusas para "realizarem uma investigação mais aprofundada sobre o que aconteceu".
Segundo o mesmo site, Varadkar pretende abordar o caso com o chefe de Governo português no próximo mês. Contudo, recorde-se que, a partir de 11 de março, António Costa já não será primeiro-ministro.
"A polícia portuguesa deve explicar porque demorou tanto tempo a registar Jean como desaparecida na sua base de dados e porque é que não respondeu à família desta, quando solicitaram os registos da sua conta bancária", realçou o governante, acrescentando que é necessário ainda perceber porque é que as autoridades portuguesas não acederam às redes sociais de Jean, uma vez que, hoje em dia, estas são consideradas "ferramentas essenciais" para uma investigação, algo que considera ser "inaceitável".
O antigo ministro da Justiça da Irlanda e atual deputado do partido Fianna Fáil, Brendan Smith, também já falou sobre o caso. Para o antigo governante, é "totalmente inaceitável" que a polícia portuguesa tenha demorado três anos para adicionar Jean à base de dados de pessoas desaparecidas, acusando as autoridades de não terem utilizado todas as ferramentas possíveis que tinham ao seu alcance para procurar a irlandesa.
Brendan Smith apelou ainda às autoridades portuguesas que respondam às "legítimas" questões da família de Jean, que se encontra, segundo ele, bastante "perturbada" com a situação.
Recorde-se que Jean Tighe tinha 38 anos quando desapareceu de um hostel onde estava hospedada na Parede, em Cascais, no dia 13 de julho de 2020, alegadamente, acompanhada por um homem cuja identidade permanece desconhecida.
Por diversas vezes, ao longo destes três anos, a família da irlandesa acusou as autoridades portuguesas de não terem investigado devidamente o desaparecimento de Jean.
No passado mês de dezembro, a irmã de Jean, Leona, disse num podcast sobre pessoas desaparecidas que "nos últimos tempos tem recebido atualizações sobre o caso por parte da polícia portuguesa", algo que a Polícia Judiciária (PJ) confirmou, na altura, ao Notícias ao Minuto.
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