Influencer. MP admite dúvida em suspeitas sobre Galamba e Matos Fernandes

Em causa está um despacho datado de novembro de 2023. Os procuradores responsáveis pelo caso afirmam que só se consideram existir "fortes indícios criminais" para aplicação de medidas de coação nos casos que envolvem o data Center e a Start Campus.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
08/03/2024 17:52 ‧ 08/03/2024 por Notícias ao Minuto

País

Operação Influencer

O Ministério Público (MP) admitiu ter dúvidas sobre a "existência de suspeitas de crime" nas suspeitas que envolvem os ex-ministros do Ambiente João Galamba e João Pedro Matos Fernandes, no âmbito da Operação Influencer.

A informação consta de um despacha datado de novembro de 2023 a que a Visão e a SIC Notícias tiveram acesso. Apesar de os procuradores notarem que existem fortes indícios  criminais na investigação relacionada com o Data Center, em Sines, as dúvidas existem no que diz respeito a factos alegadamente praticados pelos ex-governantes.

O caso em questão foi separado em três inquéritos diferentes: um para o Data Center, outro para as explorações de lítio em Montalegre e Boticas e um outro que o projeto de hidrogénio verde em Sines com certas condutas, sobre as quais o MP admite ter dúvidas.

"Mostra-se ainda por comprovar a existência de indícios da própria ocorrência de crime, o que carecerá de análise necessariamente mais demorada", lê-se no documento do MP, citado pelas publicações. A SIC adianta ainda que as dúvidas recaem sobre a alegada utilização de veículos do Estado por parte de João Galamba e também quanto à contratação de Matos Fernandes para uma sociedade de advogados e a imposição de membros de um júri para o concurso da nova ponte sobre o Rio Douro.

Galamba atuou de forma ilegal para beneficiar Start Campus. Os detalhes

O Ministério Público (MP) considera que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, arguido no processo dos negócios do lítio e do hidrogénio, agiu ilegalmente para desbloquear procedimentos relacionados com a Start Campus em beneficio da empresa.

Lusa | 15:17 - 09/11/2023

Sobre a decisão de abrir inquérito ao primeiro-ministro, António Costa, que acabou por gerar a queda do Governo, a Visão adianta ainda que foi da exclusiva responsabilidade da procuradora-geral da República, Lucília Gago. A revista cita fonte da Procuradoria-Geral da República.

Recorde-se que foi este o caso que levou a que o atual chefe de Governo apresentasse a sua demissão, e que fossem convocadas eleições antecipadas - marcadas para domingo, 10 de março.

A investigação aos negócios do lítio e hidrogénio, que deu origem à demissão do primeiro-ministro tem nove arguidos, cinco dos quais estão detidos: Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines, Afonso Salema e Rui Neves, administradores da sociedade Start Campus.

É na Start Campus que o MP parece não ter dúvidas, dado que de acordo com os procuradores, existem fortes indícios criminais na investigação relacionada com o Data Center de Sines. As condutas relacionadas com a empresa e o Data Center serão mesmo as únicas que até novembro "se considerou existir desde já fortes indícios para fundamentar a aplicação de medida de coação mais gravosa do que o termo de identidade e residência”.

Leia Também: Os negócios, os cargos, os compadrios. O complexo caso que derrubou Costa

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