Marcelo "desmentiu" bloqueio a Chega? PR emite nota de esclarecimento
A declaração do chefe de Estado surge depois de o líder do Chega ter sugerido que Belém não se oporia a uma eventual presença do partido no Governo.
© Presidência da República/Miguel Figueiredo Lopes
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou, através de nota de esclarecimento divulgada esta segunda-feira, que "não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais", parecendo desmentir as declarações proferidas por André Ventura à saída da audiência em Belém.
A declaração do chefe de Estado surge pouco depois de o líder do Chega, André Ventura, dizer, à saída de Belém, que Marcelo "desmentiu" não querer o Chega no Governo da República, uma notícia que foi avançada pelo Expresso há duas semanas.
"O Presidente da República desmentiu cabalmente e categoricamente a informação de que teria preferência para que o Chega não estivesse no Governo", afirmou Ventura, em declarações aos jornalistas.
O líder do Chega sustentou ainda que isso "não faria nenhum sentido", já que "quem escolhe é o povo". André Ventura agradeceu ainda a Marcelo Rebelo de Sousa "a clareza em nome da direção do Chega e do Grupo Parlamentar", uma vez que "era importante que o país não vivesse numa mentira de que o chefe de Estado estaria a querer boicotar a presença do Chega no Governo.
No encontro, que decorreu esta tarde, Ventura afirmou que transmitiu ainda a Marcelo Rebelo de Sousa que "até ao momento em que estamos não há ainda nenhum acordo nem nenhum entendimento com a Aliança Democrática, que permita garantir a estabilidade do Governo a quatro anos".
"O Chega jamais estaria na disposição para contribuir para qualquer maioria que integrasse o Partido Socialista a liderar o Governo", salientou ainda André Ventura.
Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, nas eleições legislativas de domingo, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).
A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.
Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.
[Notícia atualizada às 20h22]
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